Ao meu amor hei de dar-me inteiramente,
Fazer-me amigo, amante e companheiro,
Deixar que o sentimento mais verdadeiro
Da paixão, meu coração ocupe totalmente...
Posto que, a não ser assim, amor inteiro,
Tudo que em verdade existe, tão somente,
Haverá de ser algo muito diferente,
Nunca amor, por não ter o requisito primeiro,
Qual seja, o de só haver se for completo,
Já que, sabemos, não se tem amor em parte,
Nem se admite que seja ele divisível...
Assim, musa, faz-me feliz o ser possível
Ter tido eu o privilégio de amar-te,
Tendo o meu peito, do teu amor, repleto.
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