Talvez fosse uma ilha comum, não fosse a presença de um príncipe que, a cada desejo meu, lá ia, tronco acima, buscar-me o mais saboroso coco, bem no alto do coqueiro, correndo risco de vida, pois já não era tão rapazinho assim.
Mas o que tornava mágico o local eram as lendas que circulavam na boca do povo... Povo simples, gostoso e gentil.
E nessa sucessão de momentos, onde a felicidade enchia nossos olhos do prazer das delícias do sabor mais raro, nós dois, em etéreas alucinações... Voltamos no tempo, precisamente ao século XVII, e nos deliciamos no barroco de nossas fantasias; chegamos a sentar no colo do Aleijadinho, ouvindo suas belas histórias, enlevados pela arte que jorrava de suas mãos abençoadas.
Acordamos com fome e à nossa frente, como por encanto, estava uma farta mesa, de iguarias inesquecíveis:
pescada frita, arroz-de-cuxá, de toucinho, baião de dois, suco de bacuri e guaraná Jesus...
Comemos, até o estômago não acusar mais um milímetro de espaço vazio... Não por gulodice, mas de maneira tal, que aquele sabor nos acompanhasse pelo resto da vida, para alimentar nossa saudade.
À tardinha, visitamos museus, centros históricos, de cultura e galerias de arte. Indescritível...
Ah! Não me chames de piegas... Vai me dizer que você resistiria a um momento romântico, ao pôr-do- sol, sobre o mar, a partir do Largo dos Amores?
Já imaginou:
Dançando no Bumba meu Boi, Tambor de Crioula, Cacuriás e outras danças populares? Curtindo gente que é gente?
Da melhor qualidade.
Atenciosa.
Gente respeitosa.
A gente de São Luis do Maranhão.
Texto inspirado na magnífica descrição de um amigo que visitou São Luís
e me deixou com água-na-boca e lágrimas nos olhos de, como ele costuma dizer:
"Uma saudade do que não houve... Uma lembrança do que nunca existiu..."
Milene
E o meu beijo é do tamanho da Via Láctea.
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