Resumo do resumo pra lembrar (XXII)
Até aqui resumimos
o panorama geral
da memória e seus mimos
pra guardar tudo normal.
Dos resumos lá de trás
constam noções e conceitos:
o que a lembrança faz,
reconstrução e seus jeitos;
ficou claro que ninguém
se lembra do que passou,
o que mais a gente tem
é só verniz que ficou.
Temos de reconstruir
todo acontecimento,
bem ou mal usufruir
das tintas de um evento;
a lembrança é, portanto,
reprodução virtual
do passado, como encanto,
não chega a ser real.
Também vimos que o mundo
não pára de implodir
o velho saber profundo,
e em tudo produzir
diversas informações,
que atacam os sentidos,
penetram bem nos porões
dos olhos e dos ouvidos;
o homem pode notar
do mundo a roda-viva
por saber rememorar,
por possuir retentiva.
Sem memória não há vida,
e pra ela existir
temos que ter construída
rede neural bem crescida.
Neurônios, como abelhas,
cooperam entre si,
dos sentidos vão às telhas
do cérebro sem chassi.
A rede neural aumenta,
ou inibe, os impulsos
dos sentido; afugenta
os pensamentos avulsos,
e define um modelo,
ou padrão de conexão,
qual um fio de cabelo,
pra se tomar decisão.
De memórias temos três:
a de curta duração,
a mediana do mês
e a de prolongação.
A primeira é um feto
que nasce quase morrendo,
é memória sem afeto
e de pouco tempo sendo.
Mas a intermediária
já dura um pouco mais;
há mudança temporária
em reações penetrais,
que ajuda conservar,
durante quase um mês,
informações a casar,
em português ou chinês.
A de longa duração
promove grande mudança,
faz reestruturação
da cuca pra demorança,
por meses, anos sem fim,
da informação captada,
seja boa ou ruim,
que sempre será lembrada.
Consolidação, o bis
da boa repetição,
a codificação xis
de toda informação,
também foram comentadas,
como ferramentas certas
pra dar como conservadas
as vivências encobertas...
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