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cronicas-->O morango -- 12/03/2003 - 09:38 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Estou espantado com o desenrolar do fenómeno musical, digamos típico das ondas que surgem de tempos em tempos, empurrado goela abaixo por uma mídia selvagem, que esquece o bom gosto, sobrepujando a má qualidade e a exposição sem precedentes da mulher. Até então eu podia até compreender o sucesso de alguns álbuns. Gente jovem, mulheres lindas, garotões e um ritmo dançante. Uma receita incrementada com letras de duplo sentido, e muita sensualidade. No final de um show ia-se embora com a cabeça tão oca quanto quando entrou-se.
Aconteceu que o Morango do Nordeste é diferente do que vinha sendo idealizado como sucesso, começando pela letra que é desconectada. Você lendo-a imagina estar em três canções diferentes. Uma falando de uma mulher; outra de um homem que planta morangos e muda para batatas ; no final, uma canção de amor.
Tudo certo, afinal quem liga para a letra?
Ocorre que esta música foi gravada pala primeira vez em 1984 em um LP, aquele discão de vinil, 16 anos depois ela surge e estoura sendo comparada com Asa Branca. Alguém já ouviu o nome Laírton? É nome de dono de botequim, ponta esquerda de timinho de segunda divisão ou dançador de Tatuapé; mas não de artista. Com todas essas variantes, e mais a Carla Perez elogiando, ainda assim atingiu o sucesso que o Gonzagão levou anos de rádio para chegar.
O Morango do Nordeste não é para ser ouvido, mas estudado como uma criação tão pobre, sem raízes, sem classificação definida (sim, pois ela já foi gravada em todos os ritmos, até em Bossa Nova. Imagine João Gilberto cantando: Estava tão tristonho...), chega aonde chegou? De norte a sul ela toca, e muito.
Talvez seja mais uma manifestação da classe pobre contra a elite artística, cada vez mais longe e rica. Como a televisão chega a 99% do Brasil, todos podem ver os Ratinhos e Gugus da vida, que sabem explorar este filão.
E nós, que prezamos o bom gosto viramos raridade... Raridade chata.



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