Ilusões
© Lílian Maial
Meu colo está vazio e sem sentido,
não há mais poesia nos meus seios,
as marcas que marcaram meu vestido,
desbotam a cada dia que não veio.
Maruja sem canções a navegar,
sem língua e sem teus lábios no pescoço,
resseco a própria dor em alto mar,
sou o sal e, desse amor, o gosto insôsso.
Não faço dos sonetos meus amigos,
pois lembram o teu sorriso e eu não consigo
fazer mais poesia em desatino.
Prefiro rabiscar em folhas soltas,
uns versos bobos sob ondas revoltas,
que recitar saudade em alexandrinos.
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* Esse soneto foi feito para um dueto com Nathan de Castro. |