Enebriado de escuro,sinto o gosto profundo do teu beijo morno.
Transponho o muro...
Transcendo a alma.
Visgo o puro,
Desarmo a calma,
Depuro a roupa,
Te deixo louca,e num instante paro,olho ao redor e recomponho o corpo,para te arrebatar com força.
Deito-a na cama,e nuns poucos segundos a luz dos olhos, ouvindo o silêncio da poesia do peito.A boca escancara,verba sentimento, verba a boca na boca que revela a sede do desejo.Enquanto o corpo inflama e o cio aumenta, alimentando a necessidade, a vontade do querer ficar.
As tuas mãos negras vão entranhando na minha cor branca consumindo-a,consumindo-a até, por inteiro me tomar.
Sinto as tuas unhas,sinto a tua nuca,sinto os teus cabelos, o teu cheiro de ervas com carne,sinto o teu peso pesar,o calor fogueiar, o suor, enfim escrever ventre abaixo a nossa paixão.Enquanto o mundo lá de fora em chamas nos convida,nos brada, mas não nos intimida.
A vida acontece...a nudez aparece, movimentos crescem,o suor desce em maior quantidade, a pressão aumenta e em par,entre as paredes da redoma,inventamos loucuras, fazemos absurdos e gritamos escrevendo toda essa satisfação num gozo.
A vida,vida concluida.
Arte,arte sobre a vida, carne sobre a carne incisiva,que ainda quente, repousa no cansaço da terra alva e bem cuidada da sala de estar, quando a luz do outro dia ascende, nos convidado a continuar. |