Quando cheguei a êste mundo
Pelas maõs de uma parteira,
Morada coberta com tabuinhas
Feitas de legítima madeira,
A casinha não tinha assoalho
Os pés ficavam na poeira.
As "necessidades" eram feitas
Num lugar chamado de "quartim",
Lá bem pertinho do cafezal
E de uma plantação de aipim
Meus pais na roça trabalhavam,
Às vezes, uma tia cuidava de mim.
Com mais ou menos sete anos
Fomos para um povoado
Papai instalou uma venda
Vendia de tudo um bocado,
Abria todos os dias da semana
Até no Domingo e feriado.
Tinha meu irmão mais velho
Que em dois mil e três, Deus levou,
Meus outros irmãos ainda mais novos
Um a um, a escola frequentou
Sempre eu ia à casa do meu nono (avô)
Prá ver se um Cordel novo chegou.
Meu "nono" Belmiro Goltara
Há muito tempo negociava
Lá em S. Roque da Tera Rôxa
Prá Colatina, ele sempre viajava
Voltando,trazia Cordel: "Pedro Malazarte",
"Cancão de Fogo"e outros que encontrava.
Assim fui crescendo e gostando
Da Literatura de Cordel,
Eu parecia até um nordestino
Embora não gostasse de chapéu,
Crescendo e estudando me formei
Em Contabilidade, meu Diploma peguei,
Contabilista e Cordelista:Disso,sempre gostei!
Isso, agora improvisei!!! Goltara- Agosto/2006.
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