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MOLDURAS DE SILICONE
Silva Filho
Nesse mundo tão complexo
Com muita gente insone
Há quem recuse o sexo
Em homenagem ao clone;
Qualquer um fica perplexo
Quando procura por nexo
Na era do silicone.
Um peito bem torneado
Para impor mais respeito
O bumbum mais reforçado
Para bumbar preconceito;
Com o nariz arrebitado
E o brinquedo apertado
Mulher - produto perfeito.
Coisas da engenharia
Pra beleza feminina
Consertando a ‘lataria’
Qual carro na oficina;
Mas, talvez, sem garantia
Para reforma tardia
Que não fabrica menina.
Depois de tanta reforma
Tem-se a mulher-monumento
E o homem não se conforma
Com esse melhoramento;
Pois então impõe a norma
Que a mulher tome forma
De fêmea, no aposento.
Talvez por puro receio
Ou questão de vaidade
Não deixa premer os seios
Nem forçar a densidade;
Para não ficar alheio
Sai o homem em recreio
Fugindo da gravidade.
Por essas e outras mais
O clone veio a calhar
Se as rotinas carnais
A mulher não quer prestar;
Sem usar os genitais
As clonagens viscerais
Também podem emprenhar.
Querem clonar o Saddam
Para não faltar um alvo
Bin Laden clonou a PAN
Com sua pinta de bravo;
Mas somente amanhã
Sai a ordem da OTAN
Pra fazer algum conchavo.
Também consta o Fidel
Da guerrilha um decano
O homem que sem quartel
Enfrenta americanos;
Se um Fidel for ao céu
Outro fará seu papel
Como clone ou ‘hermano’.
Hugo Chávez quer ser Lula
O Lula quer ser Fidel
O Bush já dissimula
Com sua torre de babel;
Bush diz que ejacula
Até mesmo numa mula
Pra ter um clone fiel.
O Lula não vai entrar
Onde já estão clonando
Porque não vai suportar
Dez mil volts lhe queimando
O Povo quer se vingar
Pelo engano de votar
Neste clone do Fernando.