Se tenho eu na vida esta felicidade,
Se em mim não caibo de contentamento,
É que o poder maior d’um nobre sentimento
Faz-se presente em mim, qual fora eu metade
Que, sem a outra, perdesse, num momento,
Toda a sua essência, ficando, na verdade,
À mercê da solidão cruel, que há de,
Se assim for, impor-se – um desalento...
Mas, não – a metade que o meu viver completa,
Na forma de paixão e de sem fim ternura,
És tu, musa, que de tal modo me ama e tanto,
A ponto de trazer à minha alma o encanto
De, nos teus braços, ter a emoção mais pura,
Tornando minha vida, do mor amor, repleta.
|