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Cartas-->Carta de Alerta aos Cidadãos -- 11/03/2003 - 17:10 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SACANAGENS PARLAMENTARES
(Domingos Oliveira Medeiros)

Não pude mais me conter. Não tinha sequer palavras. Palavras para dizer. Da minha indignação. Recorri ao dicionário. Vocabulário emprestado. Foi a minha salvação. Não pude ficar calado. Não sabia o que fazer. Estava sendo roubado. Mas resolvi escrever. Resolvi dar o recado. Que nem é mais novidade. Mas parece até mentira. Mas é a pura verdade.

Canalha, patife ou malandro. Assim não há quem agüente. Aprovaram num instante. Sua remuneração dobrada. Sem caráter o espertalhão. Gastando o dinheiro da gente. Votou nosso deputado. Mais um golpe traiçoeiro. Todo mundo apertado. Todo mundo sem dinheiro. Mas o dele é aumentado. Na Câmara Federal. De oito passou pra doze. Um presente de Natal. Mais de cinqüenta por cento. Foi esse o percentual.

Fim de ano garantido. Ousado e bem atrevido. Não houve abstenção. Todo mundo foi servido. Grande é seu coração. O povo que não entende. Aquela grande união. De siglas e de partidos. Em torno de mais tostão. Tostão que pesa no bolso. Dinheiro pra lá de milhão. Duzentos e trinta a mais. Só nas costas da União. Com o orçamento apertado. Salário bem encurtado. Vou gritar pega ladrão. O povo está sendo garfado. Tem muita gente atolado. Eleitor desesperado. Acreditando em promessa. Votou atrás de melhoras. Acreditou no deputado. E agora a baixaria. De fim de ano aparece. A promessa ninguém se lembra. Mas o povo jamais esquece. De novo mais um aumento. Na verba de gabinete. Só dando uma boa surra. De pau ou de cacete.

Triste povo brasileiro. Mais uma vez o Congresso. Corre atrás, é o primeiro. Aprova o projeto de lei. Tira do pobre o dinheiro. Embolsa mais uma vez.. O aumento ecológico. O aumento em cascata. Respinga no Vereador. O dele também aumentou. Está tudo atrelado. Mais renda para o seu bolso. Conforme na lei constou. Com todos os seus colegas. Inclusive o deputado. Deputado estadual. A farra agora é geral. Aproxima-se o fim de ano. É o espírito de Natal. Em pleno mês de alegrias. Alegrias de palhaços. Palhaços de um Carnaval. Repetido e original.

E a bancada de Brasília. Da Câmara Distrital. Deu também o seu recado. Fez uma festa igual. Além do salário dobrado. Não ficou por menos não. Com tanto serviço atrasado. Aceitaram a convocação. Aquela extraordinária. Que vem do governador. Pra aprovar alguns projetos. Que metem a mão no bolso. No bolso de toda a gente. Reajuste do IPTU. O cidadão mais contente. Ganhou um lindo presente. E para não reclamar. Resolveram também aumentar. O conhecido IPVA. E para tanto trabalho. Que vai demorar só um dia. Vejam só a covardia. Cada deputado vai ganhar. Mais um salário inteiro. Com aumento concedido. Doze mil pra cada um. Esse é todo o dinheiro. E ninguém faz disso segredo. Afinal não é ruim. Só pra levantar o dedo. E votar dizendo sim.

Isso é mais que sacanagem. Isto é mais que sacanice. Devassidão, bandalheira. Só mesmo falando besteira. Isso é pura roubalheira. Assim diz o dicionário. O povo vota calado. E dá uma de otário. Vai ficar chupando dedo. Ou comendo salgadinho. Aquele com queijo e tomate. Com salsicha e pimentão. Enfiado num palito. Que a gente segura na mão. Cujo nome é sacanagem. Já aprendi a lição. Ou a gente abre a boca. Ou acaba com a eleição. A coisa passou do limite. E ainda há quem acredite. Que é falta de educação. Ou de consideração. Mas na minha terra não. È pura esculhambação. Ou a gente para com isso. Ou acaba com a Nação.

O mais sensato seria. A auto-convocação. Mostrando boa vontade. E muita compreensão. Sem nada cobrar do povo. Respeitando o cidadão. E se fosse por dinheiro. Que dividisse por trinta. Toda a remuneração. E recebesse por dia. Realmente trabalhado. Mas não um mês de salário. Para um só dia contado. Um dia que foi deixado. Pelos próprios deputados. Pra receber no Natal. O presente acostumado. Ganhar mais alguns trocados. Afrontado o seu irmão. Ao eleitor de plantão. Que agora foi lesado. E ainda por cima é culpado. De votar na eleição. Em gente que pouco faz. Pra merecer o diploma. Diploma de deputado. Pra não fazer o que é certo. Optar pelo errado. Tirando a comida da boca. De parte do eleitorado. Deixando o resto do povo. Vermelho de envergonhado.



Domingos Oliveira Medeiros

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