Sublime consolador das almas aflitas,
És, muita vez, só tu que amenizas
O mais cruel e profundo sofrimento,
À lancinante dor és o lenitivo...
A ti, recorrem, sabiamente,
Muitos que, por um amigo consultados,
Ante o apelo sofrido e amargurado,
Instados são a proferir conselhos,
Mas ocasiões há em que o aconselhar,
Inda que em nome de sólida amizade,
Ou mesmo o confortar um sofredor,
É tarefa que nos escapa ao talento.
Nesses momentos, é que o verdadeiro amigo,
Cônscio de que mil palavras lhe não servem
Ao escopo de suavizar, de um sofrer, a dor,
Oferece o teu mágico poder, silêncio.
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