Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Discursos-->POSSE ACADEMIA ITABERINA DE LETRAS E ARTES -- 08/06/2002 - 13:25 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AILA – Academia Itaberina de Letras de Artes

Senhor Presidente, Acadêmicos, Senhoras, Senhores, dileta professora D. Dulce de Paiva, amigos desta Casa de Cultura, é um sonho que realizamos nesta memorável data de 17 de junho. Minhas mesmas emoções São coisas que me acontecem.
Ainda estudante perambulava pelas ruas recitando versos criados a esmo, exercitando a mente deliciando o sabor de minhas criações culturais. Às vezes escrevia para alguns jornais que publicavam em forma de cartas do leitor, não tinha muita simpatia por estas colunas. Escrevia muito e quando avolumava os papéis destruía-os num ato impensado. De longe via crescer um sonho do amigo Dr. Hélio Caldas Pinheiro e de sua família em especial Antônio César, hoje presidente desta Casa de Cultura.
Nasci e cresci nesta praça, tive sonhos e brincadeiras de crianças nesta imensidão, com imponentes casas: Joaquim Lúcio, José Vieira, Juca Pinheiro, Messias Esteves, Afonso de Morais, Dr. Hélio Caldas, D. Antônia e a nossa casa, esquina com a rua Padre Pedro.
A realidade chegou, fiquei feliz de pertencer ao quadro dos imortais através da cadeira 25, meu patrono Dr. Derval Alves de Castro um dos homens mais cultos de seu tempo, e tenho certeza que seria de nosso tempo, engenheiro, advogado e escritor, que se referindo a seu livro ANNAES DA COMARCA DO RIO DAS PEDRAS disse: Se nenhum mérito tiver esta obra, valha-nos ao menos o consolo de que não existe outra nesse sentido, nem semelhante em qualquer dos municípios goianos. Servirá, nesse caso, de estímulo a outros mais estudiosos... Itaberaí-dezembro-1932.

Derval Alves de Castro
-Nasceu em 28 de abril 1896 na Cidade de Goiás, filho de Augusto Alves de Castro e Delfina Maria de Castro.
-Aos sete anos de idade iniciou os estudos com a professora Nhola, passando depois para o ensino público.
- Em 1909 prestou os exames de admissão ao Liceu ingressando na 1ª série.
-Em 1912 transferiu-se para o Ginásio Diocesano de Uberaba.
-Em 1914 com dezoito anos de idade matriculou-se na Faculdade de Engenharia de Juiz de Fora.
-No período de 1914/1919 escreveu em vários jornais de Juiz de Fora, Triângulo Mineiro e Goiás.
-Diplomou-se em Engenharia Civil e Eletrônica em 1918, com vinte dois anos.
-Como Engenheiro das Obras contra a Seca, fixou-se em Pernambuco 1919.
-Voltou a Goiás, trabalhando na Estrada de Ferro Goiás em 1920.
-Em 23 de janeiro de 1927 casou-se com Maria Rios da Fonseca.
-Editou Páginas do meu Sertão em 1930.
-Ingressou na Faculdade de Direito em 1932.
-Publicou Annaes da Comarca do Rio das Pedras em 1933 uma obra inestimável pelo valor cultural e histórico.
-Retornou a Estrada de Ferro Goiás em 1935.
-Diplomou-se em Direito em 1936.
-Em 1940 é escolhido para preencher uma das cadeiras da Academia Goiana de Letras, em 6 de novembro toma posse da cadeira n º 7, vaga com o falecimento do acadêmico João Álvares Teixeira, sendo saudado pelo escritor Vitor Coelho de Almeida.
-Não obstante ter sido empossado na cadeira de número n º 7, as alterações efetuadas no quadro social em 1957, ficou como primeiro titular da cadeira n º 23.
-Fundou e dirigiu a Sociedade Goiana de Folclore em 1942.
-Faleceu em 2 de fevereiro de 1952 no Rio de Janeiro com 56 anos de idade.
Hoje confesso a vocês que herdei de meu pai a inteligência e de minha mãe o saber aplaudir e a bondade e estes são os legados que quero deixar para meus filhos. Confesso ainda a alegria de estar neste meio de cultura e isto me lembra o grande poeta Casimiro de Abreu em sua estrofe máxima da poesia: Meus Oito Anos:

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d amor!

Derval de Castro adotou Itaberaí, como sua terra natal e disse parafraseando seu livro Annaes da Comarca do Rio das Pedras: A luz meridiana de provas irretorquíveis, com argumentação que julgamos incisiva e farta, desfazemos a falsa concepção histórica de Itaberaí que a tradição erroneamente vinha perpetuando. E nisso não nos moveu o propósito iconoclasta.
Levado tão somente pelo patriótico objetivo de ser útil n’alguma coisa à nossa terra, e principalmente a Itaberaí, onde nos prendem fortes laços de afetividade, empreendemos com verdadeiro ardor o presente trabalho, que nos valeu cinco anos de árduas pesquisas.

Fico muito satisfeito e a alma cheia de orgulho de ter como patrono a cadeira 25 de Dr. Derval Alves de Castro, filho adotivo de Itaberaí, ao casar-se com uma itaberina, dedicou-se por sua terra adotiva, pesquisando estudando a história de nosso lugar.

Sem sombra de dúvidas que a obra de Dr. Derval forneceu subsídios aos historiadores do presente, certamente ao Presidente Antônio César, que estuda as nossas raízes e até mesmo na Europa fora em busca de nossos antepassados, remexendo antigos acervos em bibliotecas de Lisboa. Ficaria um imenso vácuo entre o surgimento de Curralinho a Itaberaí de hoje se não fosse pela obra de Dr. Derval quando faz referência: a Saint-Hilaire, de sua importante obra na página 173 Voyages ou I Amerique du Sud, descreve o nosso céu naquele dia: todos os campos que atravesso tinham sido queimados recentemente, o fogo ressecara as folhas das árvores; uma cinza negra cobria a terra e, com exceção dos pequenos capões de mata, não se via a menor vegetação; entretanto o céu nessa região era de um azul tão claro, a luz do sol tão brilhante, que a natureza parecia ainda mais bela, não obstante sua nudez. Nessa ocasião Itaberaí era apenas um pequeno povoado que ensaiava para vestir-se de arraial. E Curralinho de então não possuía mais que a grande praça e as duas pequenas ruas, com um total de 52 casas.
A partir de hoje tenho nos ombros uma nova responsabilidade com esta Casa de Cultura – Academia Itaberina de Letras e Artes, e perante a todos fico compromissado a ajudar a crescer a cultura de nossa cidade, estudando e dedicando a literatura e acreditando na importância do saber.

Era o que tinha a dizer.
Obrigado.

Bruno Calil Fonseca
Discurso de Posse – Academia Itaberina de Letras e Artes – AILA.
17/06/2000
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui