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cronicas-->O país do... -- 10/03/2003 - 13:05 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Tem-se como conceito que a cultura é a manifestação dos usos e costumes de uma nação. Quando se canta, dança, escreve, interpreta, etc., estaria-se necessariamente expondo a formação cultural adquirida em seu meio.
Sendo assim, cabe uma reflexão: que usos e costumes estariam tentando apresentar os criadores da dança da garrafa e do bonde do tigrão? Quando visitamos à casa alheia é inerente a nossa condição de humanos, que olhemos os hábitos daquele local, e mesmo "sem querer", formamos conceito sobre o modo de vida de seus habitantes. Assim este mesmo conceito é formado por aqueles que visitam o Brasil e entram em contato com tais manifestações culturais.
É bem verdade que uma obra de arte, de qualquer classe, pode ou não ser compreendida, dependendo do talento do artista e do conhecimento de quem a vê. Durante muitos anos não entendi o porque Monalisa era tão famoso. Um esboço de um rosto razoável, coisa comum, nada que valesse tanto. Em outros tempos escrevi sobre o excessivo preço da obra prima de Da Vinci. Hoje ainda acho um tanto caro, mas já compreendo o motivo. Toda a obra é uma revolução na concepção de pintura, aplicando-se conceitos matemáticos, misturas até então desconhecidas, etc. A forma do desenho é tão incrível que de qualquer àngulo que se observa, nos da impressão de que ela nos acompanha com os olhos. Cheguei a isso depois de estudar um pouquinho de artes. Assim foi com a literatura de Kafka, Henry Muller, Machado de Assis e outros. Foram necessárias leitura e releituras para diferenciá-las de uma revista em quadrinhos. Com música nem se fala.
A arte para ser compreendia necessariamente precisa ser estudada e levada ao público. Fica difícil popularizar a boa cultura enquanto esta estiver ligada aos ambientes fechados, de acesso aos endinheirados. É uma falácia a afirmação de que só tem bom gosto o graduado. O verdadeiro disso tudo é que os ignorantes tem pouco acesso às manifestações culturais de boa qualidade. Qualquer show de uma estrela da música nacional custa a feira e a escola do assalariado. Um bom livro levaria o vestuário e o teatro o transporte. Cinema só por televisão.
Eu fiquei impressionado a alguns dias quando levei meus alunos para uma visita às Oficinas Brennand. Nenhum deles nunca tinha visitado a exposição, mesmo morando próximos, e não sabiam da fama do artista. O mesmo desconhecimento constatei quanto a João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Paulo Freire e Luiz Gonzaga. De Joaquim Nabuco só sabiam que é nome de praça. Pesquisei, informalmente, junto a universitários que não foram muito melhores.
Qualquer composição artística tem duas facetas: de um lado estão os que carregam traços de uma realidade, levando o apreciador a reflexão; de outro lado os que são compostas com fim de entreter, sem nenhum intenção maior que isso. Massificou-se na ultima década o culto exagerado ao segundo grupo, sem atinar para o fato de que esta cultura criou preconceitos gravíssimos, tais como a busca louca por um corpo bonito, a valorização do fútil, a promiscuidade; embora seus criadores ousem que não faz-se com conotação sexual. Ora a dança da garrafa insinua o quê? E a tal revolução sexual? Ou será que nossas mulheres estão tão submissas que um tapinha, um murrinho, um tirinho, não dói? Podem até ser taxada como cachorras? Sem problema? Não, com certeza, não! É fundamental que a sociedade classifique melhor seus ídolos. Por outro lado, os bons artistas precisam chegar mais perto do povão, popularizar-se sem vulgarizar-se. Tem diferença uma música de Chico Buarque para uma Companhia do Pagode, são opostos de uma mesma arte: Uma preciosa, e como tal longe; outra desnecessária, e como tal em todas as casas. Precisamos entender que a cultura norteia comportamentos, faz pensar ou alienar. Todos tem direitos de expor seus trabalhos, sem dúvida alguma; não concordamos com censura, mas torna-se urgente fazer frente a esses movimentos com outros movimentos similares, principalmente nas escolas e meios de comunicação, fazendo a criança compreender o que, e porque o bom é bom. Com isso, futuramente teremos menos mazelas, levando ao exterior um Brasil sério, integro, com cidadãos conscientes, não o país do futebol, do carnaval, da impunidade e do turismo sexual. Não somos só isso, mesmo que tantos concebam assim.
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