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cronicas-->O GOLPE DO POBRE -- 10/03/2003 - 13:05 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





Quando eu passava pór Cuiabá, Capital do Estado de Mato Grosso, presenciei um fato que não esqueci até Hoje. Fazia muito calor, como aliás é comum nesta cidade , e a rodoviária estava lotada. Eu estava lendo um jornal local, para passar as horas mais rapidamente, quando ao longe, embaixo de baixo de uma pilastra, estava um senhor de idade média, deitado entre cobertores velhos. Jurei que o mesmo fosse mais um indigente pedindo esmolas.
Eu não tinha o hábito de dar esmolas à ninguém, mas naquela semana para mim tinha sido muito lucrativa e o estado físico da daquele desconhecido de certa forma me comoveu, que resolvi me aproximar para verificar se o mesmo não gostaria de um auxílio. Levantei-me da poltrona e iniciei uma caminhada em direção do necessitado.
Mas antes que eu me aproximasse dele, uma senhorita em seus vinte anos adiantou-se a mim e ofertou ao senhor uma Nota de cem reais. Fiquei boquiaberto. Quanta bondade. Cenzão! Eu não via uma daquelas a muito tempo. Essa menina devia ser milionária e muito bondosa.
A minha esmola ficou tão pequena diante daquilo, que comecei a procurar dentro de minha carteira uma nota de cinco reais para ofertar ao mendigo. Como tinha inflacionado as doações no Mato Grosso.
Mas tal foi a minha surpresa quando ouvi da boca do maltrapilho.
__ Não precisa dispor de tal quantia para este pobre homem. Tem tanta gente com maior necessidade.
__ Que que é isso, moço, isso não me faz falta alguma. Retrucou a mulher.
__Olha eu não posso aceitar esse dinheiro. Tem tanta fome pór aí. Use-o de outra forma.
__Eu faço questão que o senhor aceite, isso pode tirar o senhor desse lugar e leva-lo para uma boa casa, ou pelo menos matar a sua fome por uns dias.
Aquela alma caridosa insistia muito para dar e o homem resistia muito para receber. Quando a menina agarrou a mão do mendigo e colocou o dinheiro forcadamente em sua mão, ouvi desta uma exclamação:
__ Mas é um Rolex... O seu relógio é legitimo. Eu sei sou joalheira e reconheço de longe quando vejo um relógio assim . Só um deste daria para este viver tranquilo pór mais de um ano!
Então o homem levantou e disse:
__ Esta vendo aquela Ferrari lá fora? É minha também. Aquele hotel da esquina, também me pertence. Apenas estou aqui para descansar um pouco. Não consigo mais ter paz em lugar nenhum. Decidi me disfarçar de maltrapilho para ter um pouco de sossego, pois diziam que nessa rodoviária o pessoal odeia dar esmolas, e quando dão é mixaria de no máximo cinco reais. Mas pelo visto tem gente diferente entre nós.
A moça guardou o seu dinheiro, eu peguei meus cinquinhos e fui para minha poltrona ler meu jornal.

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