Resumo pra lembrar (XI)
Não haverá um sistema
para tua segurança
que, frente a um dilema,
te dê maior confiança
do que tua retentiva,
pois te alerta, na hora,
e te dá alternativa
pra ficar, ou ir embora,
quando a situação
exige certa pesquisa
pra tomares direção
de maneira decisiva.
A criança, a madeira,
prego, mira e martelo:
se mira não é certeira,
o dedo fica bitelo.
Os anos vão se passando
e o menino crescendo,
quando vê alguém pregando,
sente seu dedo doendo.
A memória põe em cena
o sistema de alerta,
a pessoa se antena
e nada mais lhe aperta.
Experiências antigas
na memória registradas
surgem como as quadrigas,
quando úteis pra paradas
em comuns situações,
ou quando há incertezas
pra se tomar decisões,
sem maiores afoitezas.
Os fatos mais importantes
também são armazenados,
os alegres, mais marcantes,
que não foram apagados.
Surgem quando necessários,
põem-nos a recordar
dos primeiros dicionários
pra num concurso passar,
e, também, a perguntar
como difíceis conceitos
um mestre pode falar,
por horas, sem ter defeitos.
Certa música ouvida
nos lembrará de passagens,
seja prato de comida,
ou pó de certas folhagens.
Da infância nos lembramos
de acidente doméstico,
de como muitos salvamos
sem ficar risco amnéstico.
A primeira reação,
a sensação de prazer
da primeira ereção
que se fez acontecer...
O andar de bicleta,
o equilíbrio mais puro,
sem pressa, nenhuma meta,
somente rodar seguro...
Fatos assim são ligados
por dois estados mentais:
por dor são alimentados,
ou por prazeres banais.
Os novos conhecimentos
pra serem acumulados
decorrem dos sofrimentos,
ou dos prazeres gozados.
A memória nos garante,
ela retém e recorda
qualquer fato, bem rasante,
nos previne e acorda.
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