Quando Petit marcou o último gol na final do mundial, um marco importante da história do Brasil se iniciava então. Independente do resultado e da forma como aconteceu, aprendemos à perder, e ainda aprendemos a crescer na derrota. Foram momentos em que pode-se perceber um crescimento no conceito brasileiro de competição. Até então, a equipe brasileira de futebol tinha obrigação de ganhar todas. Quantas vezes grandes treinadores e atletas foram julgados e condenados por terem voltado pra casa com terceiro, quarto ou quinto lugar. Outros esportes nunca foram valorizados por não serem competitivos como o futebol, no àmbito mundial.
Crescemos muito, passamos de inconformados com derrotas à valorizar outras colocações além da primeira.
Essa valorização da derrota é fundamental para o crescimento do ser humano em si. Em nossa vida é comum encontra-mos pessoas que são eternos derrotados. Alguns iniciam a batalham com todo fólego, mas entregam-se diante de dificuldades comuns a ousadia. Outros nem iniciam com medo de um fracasso e preferem mal dizer à ousadia. Mas sempre tem os iluminados que mesmo em uma casa de sapé, tem coragem de erguer a cabeça e bem dizer. O primeiro lugar tão sonhado por todos, custa muitos últimos lugares. Fazer um planejamento para vencer, é interpretado como ignorància. Um trabalho à longo prazo é para derrotados. Como diria o teólogo: `É preciso deixar de ser galinha e encontrar a águia que esta dentro de nós". Vencer é vencer fracassos. Lutar é ter consciência do perder. Afinal o que é vencer? Quando todos tinham a certeza do penta, vimos diante de nós um grupo de perdedores, que venceram vaidades e chegaram em segundo. Qual o problema disso? Quem sabe daqui a pouco uma classificação para um mundial seja motivo de comemoração. Quantas lições na derrota.
Quem sabe agora vamos começar a conviver melhor com derrotas, principalmente aprendendo avalia-las melhor, e aí o time de handebol que sempre leva goleadas nas olimpíadas vai ser valorizado por ter chegado a ela.