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cronicas-->A porta. -- 10/03/2003 - 13:00 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Um dia desses, eu estava pensando de como fazemos várias coisas durante a nossa vida, que de tão rotineiras se tornam mecànicas, automáticas, imperceptíveis.
O ato de acordar, dormir, lavar-se, vestir-se, etc.
Certamente, o que mais fazemos durante nossa andança por este planeta, é abrir e fechar portas. Você já parou pra pensar quantas vezes já abriu uma porta? Fazemos isso dezenas de vezes por dia. Isso mesmo, dezenas de vezes. Cada vez que abrimos uma porta encontramos uma nova realidade a nossa frente. Pode-se encontrar uma boa nova, um sorriso esperando. A seguir na outra porta um rosto carrancudo de mal com a vida. Quantos beijos roubados atrás da porta, quantos amores iniciaram após fechar uma porta. Como gostaríamos de ser o super-homem, para Ter visão infra vermelho , para olhar através da porta
Nossa vida pode mudar quando se abre uma porta. Olhando assim, uma porta ganha maior importància, e veja que nem lembramos de que ela existe. Além da porta, tudo passa despercebido com o tempo, até nossas companheiras mais caras. Nossa esposa, filhos, amigos, familiares; vão se tornando iguais, chatos rotineiros, monótonos. Portas que não abrimos, não sabemos explorar corretamente.
Vamos aos fatos. O amigo lembra quanta agonia no dia em que fez aquela entrevista para emprego? Você lá, duro, cheio de contas para pagar, na sala de espera, só aguardando abrir a porta do responsável pelo departamento pessoal. Olhando para lado, entravam e saiam candidatos, todos confiantes, sorridentes, certos de terem conseguido convencer o entrevistador. E você só esperando com um olho na porta e outro na cruzada de pernas da secretária. Quando nasceu seu primeiro rebento? Você na maternidade com a caixa de charutos, naquela tensão toda, só esperando o médico abrir a porta e exclamar em voz retumbante:
_ Parabéns, é um menino!
Voltemos para sua longínqua infància, quando num inocente lapso de curiosidade você estava espiando, pela fresta da porta, a empregada trocando de roupa no quarto. Ë claro que a culpa é toda dela por Ter deixado a porta entreaberta. Uma simples porta separava você de ver por inteiro aquilo que via apenas por uma abertura. E quando sua mãe o pegou com a boca na botija e a mão no trinco, lá ia você para o castigo no quarto, com a porta trancada.
Nem sempre o que esta atrás de uma porta é algo agradável. A porta do dentista, da diretora, da cadeia, do chefe... São inúmeras as situações em que a gente gostaria que a porta nunca se abrisse.
Muitas decisões vitais são tomadas atrás de uma porta. Quando o Presidente e seus Ministros se trancam às portas fechadas, o povo treme. Cruzado, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzeiro Real, URV, Tablita, Fiscal do Sarney, Funaro (que Deus o tenha), Zélia, confisco, Real..., tudo atrás da porta.
Imagina agora sua vida sem a porta. Tudo sendo feito sem discrição, todo mundo vendo tudo. Você em seus momentos mais íntimos, com um olho na amada e outro no vão da porta. Ou no banheiro num momento forçoso de expiação; imagine a cena: você de olhos esbugalhados e um monte de moleques rindo de suas caretas. O próprio mistério não existiria sem a porta. O sobrenatural de Hithicok, Conan Doyle, Alan de Poe e Ágata Criste, não se tornariam livros sem uma porta.
Por esta ótica, a porta passa a ter toda a importància. Em diversos momentos de nossa vida ela participou ativamente. A propósito, agora me correu que o último gesto que alguém fará por você será um fechar de porta: a do caixão.
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