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Poesias-->Espólio -- 22/06/2004 - 13:11 (Sirlei ) |
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Espólio
Na areia, o bordado
Um pé de cada lado
Como galho de alecrim
Pomba-rola, pardal, chupim...
O Sol claro nascente
A terra aquece
Vinga a semente
Pássaros, bichos, gente...
Sob os passos, o estalido dos galhos
Derrubados
Deitados
No chão úmido de orvalho.
Borboletas de todas as cores
As brancas encantam mais
Uma, longe vai
Fingida
Finge não mais voltar.
O Rio companheiro
Ladeia o tempo inteiro
Vez em quando, uma agressão
Um tanto da terra come
Vira rio, o que era chão.
Uma Árvore pesada
Sobre o rio a gemer
Como boa parideira
Que os filhos mal pode conter.
Ah, natureza!
Nos olhos o sentido...
Mas não acreditem em tudo que digo
Às vezes minto
Estva tudo bordado
Na barra de um vestido.
Com fios de seda ou algodão
Bordou,ainda,o olhar
O luar
O mar...
Como se fosse pouco
Os fios roubei
E quando a alma dói
E a vida perde o encanto
No espelho
Dela, encontro um tanto.
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