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Cartas-->Indústria trata o homem como porco -- 09/03/2003 - 13:28 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Indústria trata o homem como porco

Arthir de Lucca

Nossa “baixinha” ucegeana está cursando Engenharia de Alimentos. Para quem não a conhece (e são muitos), Raquel é nossa segunda filha.

Os xis, xis — XX — (segundo Mendel e as ervilhas) herdados vieram das duas avós Orlinda (materna) e Francisca (paterna) que não ultrapassaram a barreira de 150 centímetros. Puxou também a tia Arlete que, com seus um metro e cinqüenta centímetros, gerou o “Paulinho” (casado com Ana Carla e pai de Juliana), que parou de crescer depois de 1,90 m, e as gêmeas univitelinas Lúcia e Helena, que não são baixas.

Depois desse prolegômeno genealógico, vou ao assunto que gostaria de comentar.

Na semana passada, depois de diversas chamadinhas na TV para o programa Globo Repórter, na sexta-feira, recomendei a Raquel, uma vez que iriam abordar “alimentação”.

Assisti-o e achei interessante.

A nutricionista explicando a importância da “pectina” e o povo jogando-a fora por não saber e nunca terem sido informados; também, foi-se o tempo em que no ginásio ensinava-se “trabalhos manuais” e “arte culinária” aos alunos e alunas.

Hoje, a moda é fast-food, principalmente o McDonald’s.

O programa esteve muito bom, e, acredito que, se muita gente viu, as crianças, a partir daquele momento, passarão a ficar melhor alimentadas e não subnutridas, preocupação da FAO e de nosso presidente.

Só teve um detalhezinho que a produção do programa e as nutricionistas pecaram por escassez de informação.

Não recomendaram, em momento algum, a prévia lavagem dos alimentos antes do manuseio.

Frisaram muito o aproveitamento da água após o cozimento dos legumes (o que todo mundo faz, normalmente, é o contrário — jogam fora)

Num país que os produtores utilizam agrotóxicos até na véspera da colheita, num país que estão comprando agrotóxicos contrabandeados do Paraguai (por serem mais baratos), num país no qual Iris Rezende, quando ministro da Agricultura, autorizou importação de agrotóxico altamente mortífero (Mauro Borges — Tempos Idos e Vividos: Minhas Experiências, P.333), é muito perigoso passar informações incompletas na TV, principalmente tratando de gêneros alimentícios.

Não faz muito tempo, o povo brasileiro se viu ameaçado por uma epidemia de cólera que estava se alastrando rapidamente pelo país e no noticiário da TV recomendavam, além das higienes pessoais, mergulhar alimentos em água com cloro (para matar o vibrião) e, para isso, poderia até ser usado a caseira água sanitária. Dias depois, ao fazerem análises, constatou-se que as águas sanitárias (das diversas marcas) não tinham a quantidade de “cloro” indicada em seus rótulos.

Em outubro, quando começa a safra dos morangos, Goiânia se vê invadida em diversos pontos e esquinas com vendedores oferecendo as “vistosas” caixinhas de moranguinhos.

Os produtores irresponsáveis cometem crime usando muito agrotóxico, a ponto de os morangos ficarem completamente disformes. Bem diferentes de suas formas originais.

Um crime que a Vigilância Sanitária (Municipal e Estadual) e o Ministério da Agricultura não se dignaram a coibir. Fazem “vistas grossas” e deixam correr solto.

E o povo, sem saber, consome.

E se a população dependente do atendimento do Hospital Araújo Jorge aumentar, o problema não é desses órgãos “vigilantes”.

Dia desses, vi em um supermercado, na seção de leite longa-vida, um com preço um pouquinho mais em conta. Ao pegar a caixinha e examiná-lo, li “bebida láctea”. Verifiquei a composição dele: “Soro de Leite” e outras porcarias (porcarias é por minha conta).

Minha mãe, do alto dos seus 84 anos, conta que, no sítio do nosso avô, se fazia muito queijo, e, que, o soro era jogado nos cochos para alimentar os porcos.

Não mudou muito.

Hoje, os produtores de leite exportam o leite “tipo A”, importam “soro” e fazem, e colocam no mercado a “bebida láctea” para alimentar porcos que ganham salário mínimo de 200 reais.



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