( Do livro: "PEQUENA HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR" - de Antônio Esteves de Faria)
PRIMEIRO ENCONTRO
Foi aí que ela chegou! No final do ano, em que eu cá e ela lá, terminávamos o ginasial.
Flertamos, abanamos as mãos e até os pés. Era primeiro de fevereiro de l953, ela disse que foi à minha casa para ver o menino Jesus, mas, na verdade foi ver o menino Jesus que estava na minha pessoa.
xperimentei a emoção do primeiro encontro.É bastante comum, o apaixonado fazer de sua amada, a musa de seus primeiros versos. E, como homem comum que sou, é natural que se repetisse o fato: Lili tornou-se a musa inspiradora de minha pretensa poesia.
Naquele dia, após a reza do menino Jesus, que visitava nossa casa, cheguei perto dela (dois metros mais ou menos) e, respeitosamente, com meia reverência, disse-lhe: posso lhe acompanhar, à sua casa? Ela, um tanto envergonhada, responde desconcertada: pode sim. (Naquele tempo, era característica da moça direita ter vergonha).
Encontro à moda da época, sem toque físico, nem nas mãos. Nem na despedida!
“Olhem, queridos e queridas, a atração que Deus colocou no coração do homem e da mulher é o que há de mais sagrado na vida!Zele por esse grande mistério!”
COMEÇA O CASAMENTO
De bonde, eu, como sempre, andava depressa.; ela, porém, caminhava vagarosa e delicadamente, em macios passos.
“Ande um pouco mais devagar”! Chegara mais ao meu coração, do que aos meus ouvidos!
Manerei o passo! Começou aí o nosso casamento: eu me casava à delicadeza de seus passos.
Depois, mais tarde, após alguns encontros, foi a minha vez: Gostaria que você não usasse mais esse vestido. Apesar de bonito, era um tanto decotado.
Tá certo, disse ela, continuando o nosso casamento.
Após a despedida, naquele primeiro encontro, já em casa, entusiasmado, vibrante de emoção, escrevi, pela primeira vez , quatro versinhos:
Primeiro de fevereiro,
Encontrei-te felicidade,
Encontrei-te amor primeiro,
Amor pra eternidade.
Parece que os anjos disseram: “Amém”! Porque, um ano mais tarde, eu acrescentava àquela, uma outra quadrinha:
Feliz um ano passou,
Tão feliz que nem o vi,
Ind’outros passar eu vou,
Contigo, minha Lili.
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