Poema escrito sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2002, que tratava da causa dos povos indígenas. A campanha é uma ação da CNBB, com um tema para cada ano.
I
Vamos levantar forte nossa voz,
E tu, injusto, não nos cales,
Pela justiça vamos alto bradar
E com toda a fé e ânimo lutar
Por uma terra sem males.
II
Quando Cabral chegou aqui,
Na troupe de alienígenas,
Encontrou um povo em liberdade,
Vivendo em paz e felicidade,
Eram as grandes nações indígenas.
III
Eles eram donos das terras,
Eram suas todas as matas,
Fauna, flora, frutas e caças,
Faziam das várzeas as suas praças,
Banhavam-se livres nos rios e cascatas.
IV
Eles eram donos das terras,
Eram suas todas as matas,
Fauna, flora, frutas e caças,
Faziam das várzeas as suas praças,
Banhavam-se livres nos rios e cascatas.
V
Eram felizes, sim, na sua vida simples,
A pequena redoma era para eles o universo,
O limitado horizonte parecia-lhes o infinito,
Nada além dali seria mais bonito,
Era um mundo descomplicado, incontroverso.
VI
Veio o homem predador, desumano,
Se dizendo criador da civilização,
E dá início ao extermínio implacável,
Tirando do índio o direito inalienável
Às suas terras roubadas sem contemplação.
VII
A Igreja na sua sagrada missão
De defender o homem de qualquer raça,
De cuidar da alma do ser criado por Deus,
Por entender que são todos filhos Seus,
Quer evitar que o índio caia em desgraça.
VIII
Lança, então, em boa e oportuna hora,
Anunciando por cidades, vilas, burgos e vales
A campanha que busca a fraternidade,
Tentando oferecer ao índio a felicidade,
Que é lhe assegurar uma terra sem males.
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