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Poesias-->CAPELA -- 16/06/2004 - 13:31 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CAPELA

Elane Tomich



Dar-te-ei um coração

nem de pedra nem de terra.

Será elemento novo

matéria que dança e sente

o que a razão descontente

arruma na mente e mente.

Terá cadência e também

o hábito da contorção

quando houver distorção

da paz ferida de guerra.

Tu, num amor de repente

reconhecerás o teu povo,

em almas vestidas de gente.



Então serás multidão

o outro, tua verdade

como tu, como ninguém

todos serão coração.

Serás meu nicho e na serra,

a delicadeza terá sua capela.



Em areia e gravarei

amor desregulado em lei.



Em toadas, por exemplo,

as vozes da humanidade

cantarão, num jeito urgente,

por tantas dores iguais

por tantos desejos mais

em tantos céus diferentes,

orações, em corpos quentes,

num todo solo em capela



Cada qual será mais bela

no exercício da carícia

desenharemos estrelas.

Caverna em luz de arandelas

cada som será uníssono,

num todo ecoando em capela.

Rasga o ar, paz em milícia,

e o amor, sem papel carbono.



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