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Condensação de um conto de Neio Lúcio
(Santo Desiludido)
Era uma vez um devoto que, a pretexto de evoluir, retirou-se para uma gruta isolada, em plena floresta, ali vivendo apenas de orações.
O povo começou a julga-lo um santo, e tudo o que pretendiam fazer iam consulta-lo, para que as coisas corressem certas. Tanto fizeram que ele passou a julgar-se um santo, e, com a desculpa de ganhar o paraíso pregava o isolamento para todos.
Se era um plano de serviço comercial, dizia logo que estava errado. Que apagasse a sede de lucro e viesse a orar com amor.
Se era uma consulta sobre casamento, comentava que era disparate, e o melhor era consumir o pecado na oração.
Se o consultavam sobre alguma festa de fraternidade, já tinha ele a posição enérgica de que representava uma calamidade.
O melhor para todas as questões era apenas partilhar-lhe os ócios de um adorador e crente, sincero, bastando orar continuamente junto a ele.
Desta maneira, continuou sua pseudo pregação, apagando os sonhos de cada um. Mas um dia ele partiu para a eternidade e, no lugar do céu, foi parar entre os sofredores do espaço, em meio as forças das trevas. |revoltado, quis saber o porque daquilo que lhe acontecia, e foi-lhe então esclarecido que, se não fora homicida vulgar na Terra, era ali identificado como matador da coragem e da esperança de centenas de irmãos.
Plantemos pois, a crença e a confiança entre os homens, entendendo entretanto, que cada criatura segue o caminho que lhe é próprio. Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos maiores pecados diante do Poderoso e Compassivo Senhor.
(Condensado de um conto de Neio Lúcio).
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