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Infantil-->O poderoso Hans - Lenda dos Irmãos Grimm -- 26/09/2002 - 18:25 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos














O poderoso Hans

Era o tempo de um homem e uma mulher que tinham filho único e que viviam completamente sozinhos num vale muito retirado. Aconteceu que a mãe uma vez entrou no bosque para apanhar ramos de pinho, e levou o pequeno Hans, então, com dois anos de idade. Era exatamente na primavera e, como a criança ficava alegre em meio às flores coloridas, ela caminhou com ele sem parar, floresta adentro. De repente, dois ladrões saltaram de um matagal, agarraram a mãe e a criança e os levaram para o fundo da negra floresta, por onde ano após ano nenhum ser humano passava. A pobre mulher pediu aos ladrões, desesperadamente, que a libertassem com sua criança, mas eles não se comoveram; eles não ouviram seus pedidos e súplicas a e a forçaram a continuar. Depois de muito caminharem, entre troncos e espinhos, eles chegaram a uma pedra, onde havia uma porta, na qual os ladrões bateram e ela foi se abrindo logo em seguida. Eles tiveram que passar por um longo e escuro corredor e, finalmente, entraram em uma caverna, iluminada apenas pelo fogo que queimava no fogão. Na parede, dependuravam-se espadas, sabres e outras armas mortais que brilhavam à luz do fogo e, no meio, ficava uma mesa preta, onde quatro outros ladrões se assentaram e jogavam, se levantou no meio e, à cabeceira, estava assentado o chefe do bando. Este se levantou, quando viu a mulher, dirigiu-se a ela e disse-lhe para se acalmar e nada temer, pois, não a maltratariam de jeito nenhum, mas ela teria que limpar a casa e manter tudo em ordem, para que não os contrariasse. Pouco depois, deram-lhe algo de comer e mostraram para ela uma cama, onde poderia dormir com sua criança.A mulher ficou muitos anos com os ladrões, e Hans cresceu e ficou forte. A mãe lhe contava histórias e o ensinava a ler de um velho livro sobre aventuras de nobres cavaleiros, que ela achou na caverna. Quando Hans tinha nove anos, ele fez de uma haste de pinho uma vara forte e a escondeu atrás da cama; então, ele a sua mãe dele e disse:"Querida mãe, diga-me agora quem é meu pai, eu quero e tenho que conhecê-lo."A mãe ficou calada e não quis dizer a ele, para que ele não sentisse saudade; ela sabia, também, que os ladrões pagãos não o liberariam para tanto; mas, o que mais fazia tremular seu coração, era não deixar que Hans pudesse estar com seu pai.À noite, quando os ladrões voltaram de uma contravenção para casa, Hans pegou sua vara, pôs-se à frente do chefe do bando e disse:"Agora eu quero saber, quem é meu pai, e se você não me disser, imediatamente, vou bater em você". Então, o chefe riu e deu uma bofetada em Hans, que ele até rolou para debaixo da mesa. Hans recuperou-se, ficou calado e pensou:"Eu vou esperar um ano ainda e, então, tentar isto uma vez mais , talvez seja melhor."Passado um ano, ele pegou novamente a sua vara, tirou-lhe a poeira, olhou para ela e disse:"Esta é uma vara eficiente e valente". À noite, os ladrões vieram para casa, beberam vinho, um jarro após outro, e começaram a ficar bicudos. Então, Hans levou sua vara até lá, ficou novamente de frente para o chefe e perguntou-lhe quem seria seu pai. Mais uma vez, o chefe lhe deu uma bofetada tão forte que ele rolou para debaixo da mesma. Mas, não demorou muito, Hans já estava lá em cima e bateu com sua vara no chefe do bando e nos ladrões,mas, bateu tanto que eles nem puderam mais movimentar seus braços e pernas. A mãe estava em um canto, e ficou completamente assombrada com a sua coragem e a sua força. Quando Hans deu por terminada a sua tarefa, ele foi a sua mãe e disse:"Agora, a situação ficou séria para mim, mas agora, também, tenho que saber quem é meu pai. ""Querido Hans,"a mãe respondeu," venha, vamos partir e procurá-lo, até que nós o encontremos."Ela levou a chave do chefe para o portão de saída, e Hans pegou um saco grande de farinha, e nele empacotou ouro, prata, e algumas coisas que ele achava bonitas, até que o encheu, e jogou-o nas costas. Eles deixaram a caverna, mas algo abriu os olhos de Hans, quando ele saiu da escuridão e viu a luz do dia, o verde da floresta, as flores e os pássaros no céu daquela manhã ensolarada. Ele permaneceu ali, de pé, e admirou tudo, como se estivesse apatetado. A mãe procurou o caminho de casa, e depois de algumas horas que tinham caminhado, então, felizmente, eles adentraram no seu solitário vale e chegaram em casa. O pai estava assentado sob a porta, e chorou de alegria, quando reconheceu sua esposa e ouviu que aquele era Hans, seu filho, os quais ele já havia dado como mortos há muito tempo. Mas Hans, embora só contasse 12 anos de idade, tinha uma cabeça maior que a do seu pai. Eles foram juntos para a saleta, mas, logo que Hans pôs o saco sobre o banco, a casa inteira começou a trincar, o banco quebrou e o assoalho, também, e o pesado saco foi para o fundo do porão. "Deus nos proteja!"Exclamou o pai ,"O que é isso? Agora, você destruiu nossa pequena casa". "Não fique de cabelo de espeta-caju por isso, querido pai,"respondeu Hans,"há no saco muito mais do que precisamos para uma nova casa."O pai e Hans começaram logo a construir uma nova casa, negociar gado, comprar terra e a economizar. Hans arava os campos e, quando ele ia para trás do arado para empurrá-lo na terra adentro, os bois não tinham quase nada para puxar."Na próxima primavera,"disse Hans,"Pai, guarde todo o dinheiro, e faça para mim uma lança bem pesada para que eu possa entrar na área desconhecida."Quando a lança pedida ficou pronta, ele deixou a casa do seu pai, partiu e adentrou por uma profunda e escura floresta. Então, ele ouviu algo que estalava e gemia, olhou para cima e viu uma árvore-de-natal que, de baixo até em cima, era toda sinuosa; e, ao colocar os olhos no ponto mais alto, ele viu um rapaz grande que agarrou a árvore e a contornava como vime."Hei!"Chamou Hans,"O que você está fazendo aí em cima?"O rapaz respondeu:"Ontem, eu ajuntei lã de arroz e com ela quis fazer uma corda para mim". "Melhor não poderia acontecer,"pensou Hans,"ele é criativo."E o chamou:"Deixe isso aí, e vem comigo."O companheiro desceu e tinha uma cabeça grande, maior que a de Hans que, também, não era pequena. " Agora, você se chama Araucá,"disse-lhe Hans. Eles seguiam em frente quando ouviram algo batendo e martelando, tão forte que cada batida fazia o chão estremecer. Logo após, eles chegaram a uma pedra enorme. Diante dela estava um gigante que a cortava com os punhos em grandes calhaus. Quando Hans lhe perguntou sobre o que ele estava pretendendo, ele respondeu:"À noite, quando quero dormir, logo vêm ursos, lobos e outros animais daninhos; eles me farejam e bisbilhotam ao meu redor e não me deixam dormir. Por isso, quero construir uma casa para mim, e deitar dentro dela, de modo que eu tenha tranqüilidade". "Sim senhor...,"pensou Hans,"você pode precisar dele ainda."E falou com ele:"Deixe a construção dessa casa pra lá, e siga comigo, você será chamado de Recife". Ele consentiu, e rondaram todos os três pela floresta, até que chegaram onde estavam os animais selvagens que, assustados, fugiram correndo deles. À noite, eles chegaram a um velho castelo abandonado, subiram e se deitaram no dormitório. Na manhã seguinte, Hans desceu até o jardim que estava todo descuidado, completamente seco e cheio de mato. E enquanto ele caminhava por ali, um javali saltou livremente sobre ele; porém, ele lhe deu um golpe com a sua lança e o animal foi logo abatido. Então, ele o pôs no ombro e o levou para cima; aí, eles o espetaram, prepararam um assado e eles gostaram demais daquela comida. Em seguida, eles combinaram que, diariamente, pela ordem, dois deles deveriam sair e caçar e um ficar em casa cozinhando quatro quilos de carne para cada um. No primeiro dia, Araucá ficou em casa, Hans e Recife saíram para caçar. Quando Araucá estava ocupado na cozinha, um velho baixinho e enrugado chegou ao palácio e pediu carne a ele. "Se vire, ô palerma."respondeu ele ,"você não precisa de nenhuma carne".Mas, como ficou surpreso Araucá, quando o desapercebido baixinho saltou sobre ele, enchendo-o de porrada e jogando-o ao chão sem que ele pudesse reagir, mal podendo respirar. E o baixinho não saiu dali, enquanto não desabafou toda a sua ira em cima dele. Quando os outros dois chegaram em casa, Araucá nada lhes contou sobre o velhinho e da surra que ele levou, e pensou: "Quando eles ficarem em casa, então, podem topar com o pequeno rabugento alguma vez." E só de lembrar disso ficou satisfeito. No dia seguinte, Recife ficou em casa e, tal como aconteceu com Araucá, ele foi maltratado pelo velhinho porque não quis lhe dar nenhuma carne. Quando os outros chegaram em casa, à noite, Araucá percebeu bem o que ele havia passado, mas ambos ficaram calados, e pensaram: "Hans também vai ver o que é bom pra tosse". No dia seguinte, Hans teve que permanecer em casa fez o trabalho dele na cozinha como era devido, e quando ficou de pé, lavando a chaleira, o baixinho chegou e pediu logo um pedaço de carne. Então, Hans pensou:"Ele é um pobre joão-ninguém, vou lhe dar da minha parte, já que os outros não vêm tão cedo, a fim de que dividam com ele um pedaço de carne."Quando o anão acabou de comer, ele pediu carne novamente, e o bondoso Hans deu-lhe mais e disse que, com aquele bom pedaço, ele deveria ficar satisfeito. O anão pediu mais pela terceira vez. " Você está abusando,"disse Hans e nada lhe deu. Então, o rancoroso anão quis saltar para cima dele e tratá-lo tal como fez com Araucá e Recife, mas ele topou com a ronda. Hans, sem se esforçar, deu-lhe alguns golpes e ele saltou pela escada abaixo do palácio. Hans quis segui-lo, mas, sendo tão comprido, caiu sobre ele. Quando ele se levantou novamente, o anão cascou fora. Hans correu atrás dele pela floresta e viu que ele se enfiou numa caverna de pedra. Hans voltou para casa, mas, guardou bem o lugar.Quando os outros dois voltaram para casa, ficaram surpresos de ver como Hans estava tão bem. Ele lhes contou o que tinha ocorrido e, então, não demorou muito para que eles lhe contassem o que passaram. Hans riu, e disse:"Só podia dar nisso, pois, vocês foram muito avarentos com sua carne, mas é uma vergonha, vocês são tão grandes e tinham que ter dado uma surra no anão."Depois disso, eles pegaram cesta e corda e todos os três foram até à caverna onde o anão tinha se enfiado, e mandaram Hans descer lá com sua lança e a cesta. Quando Hans chegou ao fundo, ele deparou-se com uma porta, e quando ele a abriu, ele viu uma jovem, formosa não, tão bonita que era indescritível, e, ao lado dela, assentado, estava o anão com um sorriso forçado, de macaco primitivo, para Hans. Porém, ela estava acorrentada e tinha um olhar tão tristonho que Hans sentiu muito dó por ela, e pensou:"Você tem que resgatá-la da violência do anão mau," e deu-lhe um golpe mortal com sua lança, fazendo-o cair já morto. Logo após, as correntes da virgem caíram e Hans ficou extasiado com a sua beleza. Ela lhe contou que era uma princesa e que tinha sido seqüestrada de sua casa por um conde malvado, com o qual ela não quis ter nenhuma relação, e, por isso, foi encerrada naquela caverna; o conde deu ao anão a missão de vigiá-la, e ele lhe trouxe muita angústia e sofrimento.Pouco depois, Hans pôs a virgem na cesta e mandou içá-la. A cesta desceu novamente, mas Hans não confiou nos dois companheiros e pensou:"Eles já se mostraram falsos e nada lhe contaram sobre o anão; quem sabe se estão com segundas intenções contra você?" Então, ele pôs a lança dele na cesta, e isso foi sua sorte, pois, quando a cesta estava no meio do trajeto, eles a soltaram e, de fato, se Hans estivesse assentado nela, seria o seu fim. Mas, então, ele não sabia como poderia sair das profundezas da caverna e, depois de muito matutar, não achou saída. " Oh, como é triste," disse ele,"você curtir uma paixão aqui embaixo."E, como zanzava pra lá e pra cá, ele foi até o compartimento onde a jovem ficava e viu que o anão tinha um anel no dedo que brilhava e refletia. Então, puxou-o e o colocou, e quando girou o anel em seu dedo, então, ele escutou alguma coisa que, de repente, sussurrava sobre sua cabeça. Ele olhou para o alto e viu silfos (gênios do ar) dizendo que ele seria o senhor deles e perguntaram-lhe qual era o seu desejo. De início, Hans ficou emudecido, mas, em seguida, disse-lhes que deveriam levá-lo para cima. Eles o obedeceram, rapidamente, e, como não podia deixar de ser, ele voou para cima. Quando ele chegou lá em cima, porém, não viu ninguém, e, quando foi a palácio, também, não encontrou ninguém. Araucá e Recife deram no pé e levaram a bela jovem com eles. Mas, Hans virou o anel e, então, vieram os silfos e eles lhe disseram que os dois estavam no mar. Hans correu, e correu sem parar, até que chegou à praia e, lá longe ele viu , bem longe, na água, uma pequena embarcação na qual estavam os seus desleais companheiros. E, furioso ao extremo, sem pensar, junto a sua lança, começou a nadar; mas, a lança era muito pesada e o afundava a ponto de poder afogar-se. Então, ele virou o anel a tempo, os espíritos vieram logo e o levaram direto para o pequeno barco, tão rápido quanto um raio. Lá ele arrojou sua lança, dando aos maus companheiros a paga merecida, e jogou-os água abaixo; aí então, ele remou, levando a bela virgem, que tinha ficado apavoradíssima e que, pela segunda vez, fora libertada, para a casa de seu pai e sua mãe, casou-se com ela, e todos ficaram imensamente felizes.

(Fonte: www.udoklinger.de)
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