"SANTA CRUZ"
Filho de pai "Deus" !!!
Nome pra rachar a quente terra !!!
Que os "Homens" o tornou vendável !!!
A valores mil dos miseráveis pelejados...
Na serra subo ao dia e meio,
Para a carcaça alimentar,
Na venta cheira agora...
A tarde o podre será excretado,
E o sol renascera o belo em cima da carniça.
Minha cruz de eternos amores,
De madrugadas volupiosas...
De prazeres desejados,insaciáveis,
Do acordar manso e tolo...
Aí...aí...aí...pecado bom pai...
Deixa-me morrer de retina virada...
E nascer na trindade espiritual dela...
A serra acima de sol central,
O cansado corpo suado e rastejante...
No tombo natural o olhar sobe,
E vejo de abertos braços,
Na magreza do quente sertão,
O silêncio do olhar serpente,
Com a lingua aponta meu desejo carnal...
Esqueço a barriga e alimento e sofrida alma.
A peste da sociedade pequena e hipócrita...
De frustações nas quatros paredes de taípa a varar...
O natural ardente amor da cabloca,que em mim plantei,
Na igreja ta lá... a desejada e insaciável fêmea...
De roliças pernas e brilhante olhar de lado...
Escândalo pronto na boca,
Na comunidade despertar o avesso prazer...
Acordando o macho no barulho silencioso,
Dos santos pilarse que o barroco pintou,
Ao dom e tom dos clássicos que o mestre nos ensinou.
Boba...serena...peste bubônica...
Dá-me Maria Madalena milho ralado e leite de cabra...
Preciso bater forte,sim sinhôra,
Pois a sombra é gostosa e fresca...
E o corpo precisa alimentado está,
Para o trampo que a mim espera...
No alto plantado na acomodação,
Deus sofrendo agonias terriveis...
Que nas volúpias de loucuras a vejo,
E renasço cansado tombado nas morenas pernas mulher.
Na distancia do dizer...Lá não vou...
resisto e resisto...macho fico...arrogante,
Agora sim dominei a fera que imperava o animal interno...
E pasava no torrão pisado e empoeirado, a relutar...
A vontade que ao correr da quente folhagem das jaqueiras,
Aumentava e tornava-me dominante, ao amor da inocente donzela.
Mansa como uma cabrita, e valente como uma serpente,
Mandava e reinava dia a dia minha tolice...
Menino brincalhão,brabo,dengoso,arrogante,
Com dominio, mas de uma limitação macho infernal,
Quando a sepente do ardente e insaciável desejo apontava,
Pronto,só e somente Sol, a sapatear meu peito dilacerado.
Agora aos "Santos" da amada terrinha,
Cansado e velho de caminhar lento de estórias muitas...
Que na chegada do novo, veloz na força do correr...
Donde a beleza do renascer, é a sabedoria do mestre,
Entrego-me aos urubus, contudo a carniça a eles´pertencem...
Morto sem voz, e fria que a mim já nada vale.
Marcos Alexandre Martins Palmeira
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