Usina de Letras
Usina de Letras
142 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->A saga de Aires -- 06/03/2003 - 18:46 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A saga de Aires
Havia decidido. Custasse o que custasse, Aires, um dia lavaria pratos, carro ou entregaria pizza na terra de Henry Ford. Cinco anos seguidos apanhou algodão até minar sangue nos dedos. Economizou cada centavo. Fez as malas e rumou para a Bolívia. De lá para a Colómbia. Em seguida para Ciudad Juarez, ao norte do México, que faz fronteira com os EUA. Lá, juntou-se a uma turma de "xicano". Contrataram, ao custo de U$100 cada, um guia e pegaram a trilha rumo a El Paso, onde havia uma agência clandestina que os contrataria para prestar serviços em Denver.
Havia cinco horas, caminhavam pelos rochedos e pedregulhos em território americano. Tudo ia bem. Meia hora a mais foram surpreendidos pela patrulha fronteiriça. Aires não entendia o que os ianques falavam. Pela expressão de cada um sabia que debochavam. Foi algemado e levado de volta à Ciudad Juarez. As algemas lhe custaram duas cicatrizes, uma em cada braço.
Na cidade mexicana, informaram-lhe que outro "xicano" de dupla nacionalidade - mexicana e americana -, caminhoneiro de "baú frigorificado", cobrava U$500 por pessoa para levá-la até Denver. Aires topou. Não era o seu dia de sorte. Os alfandegários e a federal, naquele dia, vistoriaram a carga. Aires escondeu-se debaixo de uma lona. Por descuido a mão direita ficara descoberta. O Federal a viu. Pegou a carabina pelo cano e deu-lhe uma coronhada não mão. Atingiu a ponta de três dedos, do anular ao mindinho. Gritou de dor. Agonizante, saiu de debaixo da lona. Mais uma vez fora reconduzido até a cidade mexicana. Com pouco dinheiro e assustado resolveu voltar para o Brasil.
Aqui, estudou. Fez o colegial. Tirou passaporte e deu entrada na embaixada americana. Agora, almejava ser garçom. Aprendera - pouca coisa, mas aprendera - inglês. Que decepção. Aires não tinha bens, não tinha renda. Declarava "IR" como "Isento". Mais uma vez fora recusado. Não desistiu. Logo fora induzido a falsear o fisco. Ficou com medo. Eram cinco anos de risco. Optou por uma agência de G.Valadares que falsificava documentos. Que absurdo! Parecia que até Deus não queria Aires no norte. O escritório havia sido arrebentado pelos federais.
Meses depois, Aires teve outra idéia. Arrumaria um emprego numa empresa americana. Se dedicaria ao trabalho com afinco. Quem sabe um dia faria treinamento na matriz. Ali a vontade de Aires de ir para os EUA chegara ao extremo. Ali..., falavam-lhe dos precursores da administração científica: Taylor, Drucker, Ford, sem contar a leva de contemporàneos. O tempo passava e a oportunidade não surgia. Diziam-lhe os pessimistas:
-Santo de casa não faz milagre, Aires!
O tempo passou..., formou-se, casou-se, comprou casa financiada, carro, fez poupança. Fazia declaração no modelo "Completo". Enfim, poderia realizar seu sonho, embora soubesse que, pela pouca posse, o visto seria motivo de desdém. -Ah! - mas agora faria Administração. Engano! Para fazer um curso desse precisaria de no mínimo dois meses. Pedir demissão? E as contas para pagar? A particular do filho...(relacione o resto por sua conta). Estaria, na volta, disposto a enfrentar o desemprego? Desistiu. Aires sentiu-se covarde, mas para os outros dizia que foi sensato.
Ah! Qual sensatez de um homem de opinião senão a busca eterna de seu objetivo? Uma vez decidido é capaz de desafiar até o próprio Deus. O que fez? Fez política. Elegeu-se deputado. Via internet inscreveu-se num curso bimensal. O expós à plenária sob o argumento de que seria bom para a nação. Aceito, voou para Nova York.
Interessante é que na Càmara, ao discursar, ele tinha o costume de apontar o dedo indicador para o público. Não se sabe se para esconder os três dedos mutilados pelos ianques ou para cobrar ética no trato da coisa pública. Vamos ver se continuará a apontar...
A IMAGEM DO ADVOGADO

CONTOS E cronicas

CONTOS E ESTÓRIAS AVE DA PAZ

PROVÉRBIOS MUNDIAIS

VEJA UMA BOA REDAÇÃO

QUE LINDO MONOLOGO

CONHEÇA O AUTOR
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui