São João, A Grande Festa do Nordeste
Autor: Francisco Ferreira Filho Diniz& Alunos do Instituto São Marcus-Santa Rita-PB.
Email: literaturadecordel@bol.com.br
São João é tempo de festa
Alegria, animação
Onde o povo faz fogueira
E já é uma tradição
Comer muito milho verde
Ver quadrilha no salão.
As pessoas vestem roupas,
Falam feito o matuto,
Soltam fogos, bebem cana,
Vão à Igreja, fazem culto,
Mandam balões lá pro céu
O que pra mata é um insulto
É preciso ter cuidado
E se evitar bomba ou balão
Pra não causar prejuízo
Para a fábrica ou plantação
Pois um incêndio ou acidente
Não são brincadeira não
São João tem que manter
A festança na arraia
A adivinhação, a pamonha
A canjica, o mungunzá
O casamento matuto
E o arrasta-pé até suar
Mas algumas tradições
Podem causar agonia
A cana faz viciar
Se tomada em demasia
E o balão pode esquecer
Faz mal para a ecologia
Durante o festejo junino
Bombas, tem de montão
Mas devemos ter cuidado
Com esse tipo de ação
Pra não machucar ninguém
Só com muita atenção
A música eu escutamos
Baião, xote, forró
Há alegria todo o ano
E cada vez fica melhor,
A fogueira sempre acesa
E é difícil ficar só.
Dançar quadrilha em junho
É divertido demais
Tem Lampião e cigana
Príncipe, noivo, capataz
Padre, juiz, sinhá-moça
Criança, moça, rapaz
Rainha do milho, matuto
Cangaceiro e soldado,
Princesa, Maria Bonita
Um coronel irritado
Camponesa, marinheiro
É dança pra todo lado
A turma vai o ensaio
Pra melhor se apresentar
O coronel é quem comanda
Faz a fazenda dançar
Com xote, xaxado, baião
E se olha a fogueira queimar.
A quadrilha é uma festa
Dançada no São João
Todo o povo é feliz
Arrastando o pé no chão
Durante o dia inteiro
Dentro e fora do salão
A quadrilha de hoje em dia
Está muito diferente
Os passos são mais ligeiros
Atrapalham muita gente
Mudaram até o forró
E eu pouco fico contente
Mas as vezes encontramos
Quem pensa em tradição
De um forró verdadeiro
Dos passos com emoção
Sem ter que ficar pulando
Muito distante do chão
A musica de qualidade
É o bom forró pé-de-serra
Que faz a gente dançar
No salão e até na terra
Nesse instante se esquece
Que o mundo vive em guerra
Nesta época é comum
Um costume a gente ver
Um concurso de quadrilha
Até o amanhecer
A torcida é muito grande
Ninguém deseja perder
Todo o acompanhamento
A sanfona é quem comanda
Tem triângulo e zabumba
E assim se forma a banda
Pra dançar até de manhã
Quando então o povo debanda
O pavilhão enfeitado
Com bandeirinha e balão
Pra receber a quadrilha
No ritmo do bom baião
Todo mundo animado
Dando viva a São João
É festa tradicional
Espetáculo pra turista
O povo simples da roça
Nesse tempo vira artista
Para alegrar todo mundo
Do Norte, Centro ou sulista
Há p casamento matuto
Que é muito engraçado
Quando se zanga a noiva
Por ver o noivo aperreado
Com muita pressa fugindo
Só quem pega é o delegado
Há também a brincadeira
de subir no pau de sebo
pro dinheiro tentar pegar
é necessário não ter medo
pois se escorrega bastante
até descobrir o segredo
muita gente também solta
traque, buscapé, chuvinha
ratinho, pega-rapaz
fogos e estrelinha
perto ou longe da fogueira
especialmente à noitinha
Na fazenda há o coronel
Cujo nome é engraçado
Pindurão, Cipó, Chicote
Está sempre enfezado
Se a dança não for animada
Ele fica irritado
Na véspera ou mesmo no dia
É costume comprar milho
Pra assar ou cozinhar
Servir a netos e filhos
Fazer canjica ou pamonha
Transformando tudo em brilho
Seja com os fogos no céu
Com a alegria do pavilhão
Com a fogueira no terreiro
A festa de São João
Retrata o nosso Nordeste
E toda sua tradição.