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Cronicas-->Quanta luz! -- 06/03/2003 - 18:45 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quanta luz!
Acabo de receber a minha conta de luz. Estipularam que eu tinha que economizar 104 kwh. Economizei 108. Não sei se devo comemorar esse feito. Ou se devo comemorar o crescimento do consumo de energia da industria local, da ordem de três por cento. Eis a equação. Só Deus sabe, maninha! E só ele saberá o que tive que fazer para atingir a meta do racionamento. Contudo, não quero decepcionar o nosso presidente. Mas a dizer como, acabaria por revelar a minha privacidade.
Que inveja sinto. Estás tão perto da cidade luz. Paris! Voltaire! Balzac! Flaubert! Quanta luz, quanta luz! Luz que alumia, que dá um pouco de claridade às criaturas. Aqui também há muita luz. Mas a distància entre os dois pontos que separam meio século de brasilidade é tão tênue que pode-se comprovar, no comércio central - lado a lado - uma làmpada elétrica de última geração, fabricada aí bem pertinho de você, na Alemanha, terra de Bach, e uma tosca lamparina fabricada aqui bem pertinho de mim. Creia! Não é souvenir.
Por que estão a fazer isso? Diga! A estudar política, quem sabe sabes e não queres contar. Ou quem sabe a luz de Florença possa clarear. Luz que não se apagou e que há quem diga que brilha para o bem, há quem diga que brilha para o mal, mas que, certeza tenho, continua a brilhar no cerrado central. Eu cá, tenho comigo que tudo isso que está a acontecer tem várias razões e uma delas é que o mundo está pequeno demais para tanta gente. Gente pobre, maninha. Nos últimos 25 anos, segundo a ONU, o índice de Desenvolvimento Humano - IDH, no Brasil, cresceu menos de 0,7%, ano. Esqueçamos os pobres, portanto... deixa eu te contar: tenho amigos que todos os anos vão pescar no Pantanal. Um ano desses fui com eles. Que decepção! Desci do barco que estava ancorado nas ribanceiras do Paraguai, aventurei - adoro aventuras - a caminhar pelas margens do rio. No lugar das lontras e das onças vi frascos de refrigerantes e latas de cerveja. Foi assim com o Vale do Paranaíba, parece-me que assim será com o Pantanal. A turma chegou de lá. Adivinha se pegou peixe? Poucas piranhas. Têm sido elas a razão do turismo no pantanal...
Que mundo ingrato, maninha!? Hoje percebo o quanto era tolo e ignóbil o desdém que fazia dos xirus paraguaios. Por dois anos morei na fronteira. Ficava pasmo de ver, em pleno século vinte, a quantidade de velas de parafina que eles importavam. Aquilo dava-me a noção do que era um país subdesenvolvido e em desenvolvimento, do terceiro mundo. Hoje, vejo-me ao lado de uma lamparina. A própria que um dia, faço justiça, me deu a luz... porque, concluo, não foi a minha mãe, nem o sol e tampouco a lua que me deram a primeira luz.
Preciso terminar, o papel está acabando. Tão perto da Holanda, quero recomendar-te, que quando por lá passar, dê um abraço na família Oudhuis. Aqui, conheci J.W. Oudhuis. Era padre. Pe. Antonino para os brasileiros. Hoje mora em Araguari, em repouso eterno, a irradiar luz. Antonino, recebia dos pais, todo mês, via colis-postaux, muita coisa legal. Roupas para os pobres, charutos, enlatados e laticínios. Mas do que mais gostava, maninha, sem saber ler, era da revista Panoràmica. Bastavam-me, porém, aquelas fotos, em pleno 1971. Cada holandesa, cada sueca, e do Brasil, quando muito, os irmãos Villas Boas, a trocar figurinhas com aqueles índios gigantes da floresta amazónica e nada mais. O resto ficava por conta da imaginação.
Recomendo ainda que aprenda línguas e não maldiga toda aquela água acima da cabeça dos holandeses. Aqui, nossos reservatórios estão quase secos. Doravante repense as potencialidades hídricas do Brasil. Evidentemente, aquelas do Brasil ufanista.
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