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Cronicas-->Navegar é preciso? -- 09/08/2000 - 14:12 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ainda não consegui concluir se amo ou odeio a Internet. Quando lembro das extensas e vagarosas filas dos bancos suspiro e me rendo. Com alguns cliques e poucos "enter" transfiro dinheiro, pago contas e consulto o saldo da conta. Poucos minutos depois bate aquele remorso... quanta gente não perdeu o emprego de uns anos pra cá por conta dessas comodidades todas? Mas sei que é impossível parar no tempo. Daqui a pouco tudo será feito através da tecnologia. Se tivesse escrito esta crónica há dois anos, o final da frase anterior teria sido "através do computador". Já não dá mais para usar essa expressão. Aquelas CPU´s parrudas deram lugar aos notebooks, que perderam terreno para os palmtops, que se renderam ao celular. Vivo ouvindo falar de WAP, ultimamente. Há poucos meses era MP3! E as siglas vão surgindo, tornando-se assunto de encontros nos botequins. Ouvi dizer que já estão desenvolvendo inteligência artificial para sentirmos odores do outro lado das máquinas.

- Deixa eu sentir o cheirinho da calabresa! A pizza da semana passada não estava nada boa...

Li também que o sexo virtual está tomando conta dos lares. Parece que as mulheres não estão nada satisfeitas com o interesse dos maridos pelas "cyber-cortesãs". Também pudera! A concorrência é desleal. Um retoque fotográfico aqui, um àngulo favorável acolá e o maridão acaba só enxergando as novas estrias da patroa. Ah, se a mulherada começar a fazer comparações semelhantes...

Outra espécie que surgiu foi o pai plugado.

- Coloquei o Rodriguinho numa escola de informática! - disse entusiasmado o Zé Roberto, amigo de infància.

- Mas o garoto só tem cinco anos!! - assustei-me.

- Sei, sei... Mas nesse mundo de hoje tem que começar bem cedo. Imagine quando ele crescer? Se não estiver engajado...

Acho que ele espera que o filho esteja programando os computadores da Nasa aos 10 anos de idade. E não vai parar por aí. Quando penso nessa onda da tecnologia total tento imaginar como ficarão as profissões. Médicos, advogados, engenheiros, professores... todos se transformando em meros consultores de conteúdo de fabricantes de software. Mas quem fará meu pão francês? Quem consertará a sola dos meus sapatos? Será que os robós enfim invadirão o campo e semearão as terras? Paro para não entrar em paranóia. Afinal, prever o futuro é função dos babalorixás, cartomantes e escritores de ficção científica.

Volto ao presente e me vejo parado, perplexo à frente do monitor. Concluo que devo estar passando por uma crise existencial. Acredito que o saudosismo não pode ser tomado como um modo de vida. Afinal, que mal existe na molecada se divertir na Web? Deixa pra lá! - concluo. Há de se criar maneiras de conciliar o avanço tecnológico com a vida real, orgànica. Resolvo dar uma passada pela mesa do Fábio Aurélio.

- Cadê a pizza? Estou morrendo de fome! Ainda temos duas horas pela frente.

- Você tem o telefone da pizzaria? Deu pau no servidor...

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