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cronicas-->Os Seis Leões -- 09/08/2000 - 02:14 (Loren José Guimarães dos Santos Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Seis Leões

Um dia, na majestosa selva, nasce o não menos majestoso rei leão, considerado o rei dos animais. Um filhote, indefeso, precisando dos cuidados de seus pais, um felino, ainda inocente, disposto a viver muitas aventuras. Assim como este, muitos outros estavam nascendo para abrilhantar a família leonina. Queriam viver na selva, andar e correr nas matas, beber a água dos rios, como outros reis da selva em seu habitat natural. Para eles, não importava conhecer o homem. Só queriam viver em harmonia com a Natureza e cumprir seu papel no equilíbrio ecológico.
O homem ambiciona, caça por prazer, armazena, deseja possuir cada vez mais e admirar seus bens. O leão caça por necessidade, quando tem fome, sem ambição de querer mais, de armazenar, apenas por um momento, para sua alimentação. Mantém o seu espaço, respeita a Natureza e procura apenas viver, nada mais. Mas há o lado ambicioso do homem, o seu aspecto gerador de conflitos. Em busca de diversão, de dinheiro, o homem foi à selva. Foi procurar leões. Uma apresentação que os leões não faziam questão de ter. O homem queria tê-los para si, queria exibi-los, enjaulá-los, usá-los como estrelas de um espetáculo conhecido como o circo. Será que não seria melhor aproveitar mais a alegria dos palhaços?
Assim eles se foram, contra sua vontade felina. Poderiam ficar brincando na selva, pulando uns sobre os outros, livres de preocupações das cidades, dos homens. Infelizmente, o homem quis mudar a ordem natural. Levados ao cativeiro, os leões passaram a viver enjaulados, sem as aventuras pela selva, sem correr com suas próprias pernas e procurar seu alimento. Comandados, adestrados, manipulados pelas mãos humanas numa clara demonstração de selvageria disfarçada em civilização, os reis da selva se tornaram atores em um circo. Inocentemente, servindo de distração para aqueles que se enfadam com a civilização que eles mesmos criaram, são vistos como feras assassinas inimigas das pessoas.
Desse modo, o circo viaja com suas feras por várias cidades. Quis o destino que o circo parasse em mais uma cidade como tantas outras. Poderia acontecer apenas mais um espetáculo, mas os seis leões causavam medo à população. Separados da trupe, foram parar em um bosque. Os animais que haviam sido presos pelo homem, pelo homem foram soltos, talvez por um motivo fútil de vingança como tantos outros que alimentam os crimes da humanidade. Por um ato inconsequente, os leões ganharam seu direito à liberdade. Agora, parecia que os seis felinos poderiam voltar à vida normal de animais da selva. Mas, eles estavam no meio dos homens.
Os homens, que os tiraram da selva, que os aprisionaram, que os libertaram para a morte. Assim, terminou a saga dos seis leões. Incapazes de recapturar seus nobres artistas, de manter a paz e a ordem sem violência, de tranquilizar o povo e os leões, com sua pouca fé, como já fazem com seus semelhantes, os homens escolheram o caminho mais fácil da eliminação da origem do medo, o uso de suas armas de fogo. O Planeta chora, Deus tenha piedade de nós por nossa pouca sabedoria e que o homem possa viver, aprendendo a viver e deixando viver.


Lozé.

Loren J. G. dos Santos Filho
lorenjgs@rocketmail.com
(027)9637083
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