Aos Quatro Ventos
(ou pelos caminhos de oz).
Quando sopra o vento norte,
Um arrepio de medo passa por mim.
Vento norte sopra frio e forte,
É seco, infértil, prenúncio de morte.
Bem amado, não fujas do vento norte...
No seu viajar, fique de frente pra ele,
Deixe-o fustigar e encurvar teu porte
Libertar-te do passado, transformar tua sorte.
Bem-amado, quando para sul tu viajas,
Minha alma, em sonhos, te pede cautela.
Cuidado com o vento sul, que sopra fogoso e quente
Querendo que abras tua janela, que ice a tua vela.
O vento sul é fogo diluído
É magia contida. É encantamento.
Mas voes por todo mar e voltes aqui, em pensamento.
Eu vou esperar que tu venhas nas asas do vento.
Sopra frio e úmido o vento oeste,
Presságio de chuva e neve.
Vento oeste que te traz força celeste,
Sopra gentil, amoroso e leve.
Dance na chuva, seque-se na aragem do vento oeste.
Viva esta paisagem mágica de cores mudas e brisas frescas.
E não te esqueças: voes por todo mar e voltes ao leste
Vou esperar que retornes em breve, liberto, sem do medo a veste.
Deixes, amado, que o vento leste, centelha da criação,
Sopre sobre ti, como fosse meu beijo ardente.
Permitas os encantamentos do vento leste, abras teu coração.
O bafejar deste vento far-te-á livre, feliz e sorridente.
Eu venho com o vento leste, bem amado.
Não há nada que nos impeça
Conquistaremos o caminho de tijolo amarelado.
No destino para a cidade encantada.
Cidade das esmeraldas, onde os nossos desejos
Serão todos atendidos pelo mágico benfazejo.
Depois do grande ciclone, sem que nada nos restasse
Tudo em nós se renova, Tudo em nós é só festejo.
Tereza da Praia.
série: brincando com fogo |