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Poesias-->ALVORADAS DE BOTÓX -- 01/06/2004 - 19:06 (VIRGILIO DE ANDRADE) |
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A impávida beleza na tez nua
Não amarelece ao sabor do vento
Botóx cultivados em carne crua
Atenuam as pregas do tempo.
Por incontáveis janeiros tu clamas
Descortinar floradas de mimo-de-vênus
Despertar feitiços nos lençóis das camas
Entorpecer no suor de braços morenos.
Os dias passarão (os janeiros serão eternos)
A formosura não se curvará no apogeu do dezembro
O perfil arcaico digladiará com os dos tempos modernos
Haverá vencedores (da face dos vencidos não me lembro).
A fecunda ciência já te oferta irretocável perfeição
Descortina inimagináveis e prazerosos horizontes
-Eternidade, mocidade, felicidade, virtuosismo e tesão-
Um porvir de Afrodite copulando sabres flamejantes.
ANTONIO VIRGILIO
IN: DESCONCERTO
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