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Cartas-->Carta da China para Dom Kless. -- 06/03/2003 - 18:06 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Respostas ao amigo Dom Kless
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Prezado Dom Kless

Há um erro de origem em quase todas as suas colocações. Neste nosso diálogo não se dá diferente. Você insinua, sempre, que mudamos de assunto, quando contestamos suas idéias. Na verdade, sua pretensão de delimitar o campo de discussão é que impede que possamos voar mais alto. Desse jeito, não é possível ampliar o raio do nosso pensamento. E ficamos a rodar sobre o que você acha a respeito deste ou daquele assunto.

Colocado nestes termos, bastaria que lhe desse uma única resposta: concordo com você. E por quê? Porque, em sã consciência, ninguém pode aplaudir atos de horrores de um governo, que impõe sua ideologia, oprime e assassina pessoas que se colocam contra seus pressupostos. Evidentemente, não somos a favor destas atitudes tiranas, e insanas, que se insurgem contra a vida. Não só na China, mas também em qualquer outro lugar do mundo. Mas diria você: não vamos falar do resto do mundo para não mudar de assunto. Viu? É assim que você age. Impede que o assunto flua normalmente. Insiste em desconhecer que as questões interagem entre si. M as continuemos.

Penso que os fatos devem ser analisados sob vários ângulos de observação. Se assim não fosse, estaríamos sendo parciais e omissos. E a parcialidade e a omissão em nada aproveitam à compreensão e solução dos problemas.

Meus artigos (ou informações) sobre a China não significa que sou admirador do comunismo ou do socialismo. Apenas procuram trazer a discussão para outro ângulo de análise, que chamei de “o outro lado”. E por quÊ? Porque entendo que devemos procurar nos outros, sejam pessoas ou nações, o seu lado bom. Se quisermos a paz, não podemos enfatizar as coisas ruins que todos temos.

Portanto, olhar as coisas sob a ótica do bem significa, , em conclusão, criticar construtivamente. Só desse jeito poderemos sair da ênfase no mal, e da generalização, que, quase sempre, é parcial e tendenciosa, e, por isso, distorce e desinforma. Esse, o lado bom, é que me refiro nas publicações que fiz.

Se ficarmos, portanto, batendo na tecla do desrespeito aos sagrados direitos humanos, deixaremos de conhecer o lado bom daquele povo oprimido. E você não pode dizer que estou mudando de assunto. Nem deixar de reconhecer o valor artístico e cultural que a China possui. Sua experiência filosófica é milenar. Sua literatura, mais recente, é elogiável. Suas artes e seu folclore trazem a marca da criatividade dos homens. Sua música e seus instrumento musicais são surpreendentes.

Você diz que costumo olhar as coisas sob a ótica socialista ou comunista. Não é verdade. E uso uma de suas expressões, referindo-se a China, para demonstrar o quanto a generalização é perigosa: palavras suas: “ democracia é o ato de pensar livremente, desde que sempre concorde com o poder central. Liberdade é o ato de fazer tudo o que desejar até o limite estabelecido pelo monstro de plantão”. Que interessante! Duas observações. A primeira é a de que o conceito de liberdade, por você descrito, está errado. Liberdade só existe com responsabilidade. E “fazer tudo o que desejar” não se encaixa no termo liberdade. Está mais para espontaneidade, atos impensados, sem formação prévia de juízo, do que propriamente os atos autênticos, aqui, sim, verdadeiros e ajuizados e, portanto ,livres.

Depois, se você der uma lida novamente no que disse, que acima por mim foi transcrito, veja se toda a frase não se aplica ao titular da maior democracia do mundo, o Mr. Bush. Ou estaria eu mudando de assunto? Ou o Bush não vem agindo dessa maneira?

Outra frase sua: “A China é um inferno”. Embora não conheça, nem deseje, conhecer o inferno, aqui,mais uma vez, você peca pela generalização. Se o inferno é essa coisa ruim de que falam pra nós, a china tem uma parte que se salvará dele: justamente a parte que enfatizei em meus artigos. As coisas boas e os bons chineses que, certamente, você não há que desconhecer. Ou estaria, mais uma vez, fugindo do assunto?

Outra indagação sua: “Se um país vizinho anexasse o Brasil, você ficaria contente? Em tese, não. Ficaria muito triste, a depender do contexto e da situação. E do país que nos anexasse. Mas, confesso, muito mais triste estou com a anexação econômica que estão fazendo acontecer neste nosso querido e amado Brasil. Que há anos se vê as voltas com uma “ajuda internacional” que nos coloca refém do capital estrangeiro. Penalizando nossa população. E impedindo nosso crescimento. Claro que a conivência de alguns governantes. Abro um parênteses: se a dívida contraída é para ser paga por nós mesmos, em última análise,.deveria ser analisada e aprovada pelos nossos representantes no Congresso. Não estou mudando de assunto: isto é assassinato, pois crianças estão morrendo de fome por conta dessa dívida impagável.

Quando você cita o Dalai Lkama, que teria se insurgido contra o pensamento da cúpula chinesa, pela via de suas pregação de cunho religioso, você esquece de que o Mr.Bush está fazendo a mesma coisa em relação aos seguidores do islamismo. E o soeu amigo, o Israel, também.

Claro, não nego, mais uma vez. Reconheço, - e as reprovo e repudio – as torturas na China. Mas você, ironicamente, referindo-se ao fato de eu ter mencionado as montanhas da China, disse que “Só pode ser brincadeira. Mas se esqueceu de falar no céu”. É verdade, esqueci. Se você não acha o belo, a amplitude e a grandeza da mãe natureza, só porque elas estão em solo chinês, ai, realmente, você não está disposto a levar a discussão a sério. É fã, de carteirinha do Mr. Bush.

Finalmente, quando você cita que o Dalai Lama, tão perseguido pelos chineses, foi merecedor do Prêmio Nobel da Paz, numa tentativa de valorizar seus argumentos, lembro ao nobre colega: primeiro, o Prêmio Nobel tem conotações políticas e sofre influência da classe dominante. Não foi por outra razão que o Secretário-Geral da ONU, a própria ONU, bem como Arafat e seu inimigo, então líder de Israel, receberam a mesma e “honrosa” condecoração. Ou mudei de assunto o tempo todo? Abraços. Domingos.





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