145 usuários online |
| |
|
Poesias-->Máquina de escrever -- 29/05/2004 - 17:43 (Airam Ribeiro) |
|
|
| |
Máquina de escrever
De Airam Ribeiro
28/05/04
Máquina de escrever
Que está no canto esquecida,
Que sempre testemunhou
Minhas madrugadas vencidas,
Você escreveu os meus dilemas
Que em cada verso via o tema
De muitas ilusões perdidas.
Máquina de escrever
Que tanto poema escreveu,
Hoje está no quarto das bagunças
Muitas vezes empoeirada.
Tu és a relíquia de um tempo
Em que vivemos juntos
Escrevendo as minhas jornadas.
Jornadas de conflitos
E também de saudades,
Jornadas de tristezas
Como também de alegrias.
Escreveu tudo em fim,
Que tuas teclas foram para mim
Minhas mãos naqueles dias.
Recordo os longos dias
De saudades dos filhos ausentes,
Quando em te escrevia o poema,
Tuas teclas batiam fortemente,
Porque as lágrimas caiam em ti
E, mesmo sendo de ferro...
Naquela hora você parecia gente!
Máquina de escrever,
Meus cabelos foram branqueando
Junto com tua pintura desbotada
Que o tempo destruiu sem querer.
Mesmo que tudo seja renovado
E tendo o computador ao lado,
Jamais esquecerei de você.
Quando a ferrugem te consumir
Também estarei me esvaindo.
Quando eu cansar como tuas molas
Que o tempo foi enfraquecendo,
Quando eu não aparecer para te olear
Ou quando tua poeira eu não mais tirar,
É porque aos poucos fui morrendo.
e-mail airamribeiro@zipmail.com.br
|
|