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Cronicas-->Lendas do Roncador (Crónica ) -- 27/02/2003 - 03:07 (Vanderli Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fim de tarde no Roncador. Quaçi, uma índia Xavante, caminhava pela mata escutando o canto da passarada e nem percebe que à noite ia chegando, quando dá por si, a noite cai e está armando uma grande tempestade.

Ela se vê pedida. Caminha a esmo orientando-se pelo barulho familiar da mata e da bicharada. Está ainda assustada lembrando as histórias contadas pelo velho pajé sobre um homem branco feiticeiro que um dia apareceu por essas bandas e sumiu em uma fenda no meio da Serra do Roncador onde dizem existir uma cidade perdida de nome Atlàntida.

Este tal homem branco de nome Fawcet, chegou segundo o pajé do outro lado do oceano, um local de nome Inglaterra. Um tipo estranho falava uma língua enrolada e tinha hábitos muitos diferentes dos de sua tribo. Vinha em busca da passagem para essa tal cidade subterrànea. Quando chegou entre nós trazia em si um misto de arrogància e impetuosidade, não entendia os hábitos e a cultura local muito bem, isso causou grandes transtornos.

Nessa época existia na aldeia uma bela índia de nome Aldenora de apenas 16 anos, prometida em casamento ao filho do pajé. Quando Fawcet bota os olhos sobre a índia sente-se hipnotizado com essa beleza selvagem.

Porém, se contém, mas ambos trocam olhares de agrado.

Um dia estava Aldenora passeando as margens do Rio das Mortes quando Fawcet aparece vindo de uma clareira, parecia que ele se materializara de repente. Aldenora sente o coração dar saltos. Ambos se olham por minutos, assim com encantamento.

Sabem que não devem, mas o magnetismo que ambos depreendem faz com que tudo mais se perca.

E ali as margens do rio amam-se com paixão. Entrega a ele sua pureza de menina moça.

E continuam a encontrar-se assim todas as tardes as margens do grande rio.

Um dia seu noivo desconfiado de suas saídas todas as tardes segue Aldenora, ela tão apaixonada nem percebe que é seguida e mais uma vez encontra-se com Fawcet.

Quando trocam as primeiras carícias seu noivo aparece e chama o jovem mancebo a luta, Aldenora tenta impedir, teme pela vida do branco que a enfeitiçara, é detida por ele que tenta dialogar com o jovem guerreiro índio. Cheio de ira ele da uma bordunada em Fawcet que cai pesadamente.

Aldenora corre em seu socorro e quando se abaixa perde os sentidos por um golpe na cabeça.

Quando acorda chama por seu amor branco e nada de o ver, está em uma oca cercada por índios curumins suas amigas. Elas nada dizem sobre o paradeiro de seu amado. Mas ela sente que ele foi morto pelos guerreiros da tribo.

Aldenora por dias e meses vaga as margens do Rio das Mortes a procura de Fawcet, ninguém sabe dele dizem que ele encontrou a passagem para a cidade perdida e partiu prometendo voltar e buscá-la.

Os meses passam e Aldenora percebe-se a espera de um filho dele, a espera é angustiante, ela chora e grita seu nome, tendo apenas o eco do rio como resposta.

E assim a jovem e bela índia vai definhando, quando chega o dia de dar a luz a seu filho, ainda sentindo as dores do parto corre para as margens do rio, quer ter seu filho lá onde o concebeu com muito amor.

E com lágrimas nos olhos dá o grito de dor que parte seu ventre e faz vir ao mundo seu filho, branco como o pai.

A aldeia que ainda dormia acorda com seu grito e é quando algumas índias corre ver o que passa e, segundo a lenda, vêem Fawcet envolto em uma nuvem de fumaça branca com seu filho nos braços.

Assustadas fogem e quando retornam com os homens da tribo nada vêem somente Aldenora morta estendida ao chão e nada do bebe. Entretanto juram que da mata podia ouvir o choro de Fawcet e do bebe que ia sumindo até onde há uma fenda que daria a cidade perdida de Atlàntida. Local temido e venerado desde então pelos indígenas.

Essa lenda fez com que todos tivessem receios de passear por aquelas bandas onde esse trágico amor ocorreu e onde seria a entrada para tal cidade subterrànea.

E com os nervos em frangalhos com medo de encontrar o tal mancebo branco e o fantasma de Aldenora que dizem viver a vagar por essas bandas a procura da tal entrada para a cidade perdida onde vive seu amado, está para desmaiar quando um raio rasga a floresta e em seu clarão surge Fawcet com um bebe nos braços acenando para ela.

Sua visão é tão diáfana que ela fica assim estática contemplando a miragem, perde os sentidos...

Quando acorda está em sua oca cercada por olhares indagativos e familiares.

Ainda tenta balbuciar algo, mas a impedem, pedem que durma para refazer-se. Obedece e dorme com um sorriso nos lábios e sonha com o belo mancebo Fawcet que vira na floresta, pensando em quando se restabelecer ir a sua procura.

Novamente Fawcet enfeitiçara mais uma jovem índia Xavante...E a história continua.... A lenda também...



Vanderli Medeiros
Barra do Garças/MT Brasil
27/01/03
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