Meu Computador
Durval Otero*
Olhando e vendo,
Venho escrevendo,
Lendo e relendo
E não sabendo,
Que quando trabalha
A máquina falha,
Ajuda e atrapalha,
Vira até mortalha.
Assim fui digitando,
Na máquina jogando,
Tudo nela guardando,
Totalmente confiando.
Não sabia e me danei,
Porque de nada guardei,
Em disquete não gravei,
Também cópias não tirei,
E quase tudo se perdeu,
Não mais vai voltar, feneceu
Morreu e desapareceu
Descuidei, bem feito, azar meu.
Claro, devia ter copiado
Não o fiz, nada tinha guardado
O que escrevi, fica no passado
Morreu e morto fica enterrado
Um livro de poesias foi perdido
Outro de crônicas- fim parecido
Porém, não me considero vencido
Vou lutar, viver, sem bem sucedido.
Não estou morto ainda e tenho pela frente
Muito tempo para escrever novamente
Inspirado, outras coisas, naturalmente
Lindas, da natureza e do bem somente
Uma peça do meu computador quebrou
Tudo apagou, sumiu, nele nada ficou
O que se foi passou- novo tempo chegou
Pronto para trabalhar aqui estou e vou...
(*) poeta participante da Antologia Del’Secchi/vol.XI/Rio de Janeiro
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