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Poesias-->O QUE DIZER DE TI? -- 26/05/2004 - 01:04 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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acabei de perder um poema inteiro
não faz mal
foram palavras cinzentas
- acidentais
numa noite de lua nova
de horas na oca perfumada
taças de vinho
risos de amigos
sempre que vou ao quintal
descalça
para colher amoras, pitangas
roselas e cirandas
e as eternas invisíveis serpentes
dou-me de cara com a alegria
não me permito a dor
de onde eu vim
a gente decide as coisas
e faz o que tem que fazer
cantando
porque senão o dia te engole
e você vira zumbi das horas
aprendi cedo
que tudo depende de mim
tudo depende absolutamente
da minha capacidade de fazer
as coisas acontecerem
eu escrevo o poema
e nos dias
pego perfumes, sorrisos
- tudo que me cabe
agora estou triste
mas passa
sei que a alegria mora ali
é só dobrar a esquina
virar a página
e fazer uma coisa boa
- tudo vira sorriso
sei que essa coisa
que tenta me abraçar
no abismo
é ilusão
- armadilha tola
que eu permiti
quando fico silenciosa como agora
encho a taça de Periquita
e comemoro
o poder que tenho
de andar descalça
largar tudo para trás
e, no quintal,
colher apenas o que quiser
- tenho a escolha, está tudo ali
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