Deixei-te triste, quase abandonada,
sozinha, na casa onde sempre vivi,
permaneces de pé, altiva, engalanada,
como na época em que te conheci.
Já foste madame e com a tua guarda,
castelos de sonhos, um certo dia erigi.
Na alma em festa, canta a passarada
como eu, sorrindo, feliz de voltar ali.
Mas o tempo, meu cabelo encaneceu,
deixou-me a inspiração daqueles dias,
continuas firme o teu porte, não cedeu.
O sonho é o mesmo, a Musa o elegeu,
consciente, é dona da minha alegria,
dos sonhos e poemas que amor teceu.
|