Houve tempo,
Em que não havia tempo.
Porque o tempo,
Célere como o vento
Impedia momentos...
Encurtando encantos!
Mas, como o tempo,
O exíguo mas intenso,
Concentrado em pouco tempo,
Era vivido gota a gota,
Saboreando a vida toda...
Num lapso de tempo!
E assim, quase sem tempo,
Calava fundo o sentimento,
No tempero adoçado
Às colheradas do apaixonado.
E ao limão-vida, misturando
O docinho, ia amenizando!
Limão-vida em pouco tempo,
Transbordou o doce do sentimento.
Numa tarde, em que haveria muito tempo,...
Não teve mais tempo!
Sobre o limão-vida adveio o tormento,
Pois o doce, esvaiu-se antes do tempo,
Não dando mais tempo ao tempo!
Não se fez então a limonada!
Escorreu tudo para o nada!
Saborear hoje a metade legada,
Da parte muito longe de adoçada,
É a sina de levar o tempo amargando
Do limão-vida o amargo saboreando!
*- MARCOS COSTA FILHO-*
Do Livro: "A FOLHA E A LÁGRIMA"
Poesias-Crônicas Contos- 1a Edição
Rio Grande-RS-Brasil |