Chorando nas margens do rio Água Preta
Por Airam Ribeiro
22/03/06
Sentindo saudade de você
E daquelas tardes de domingo,
Ontem sai cedo de casa
Deixei todos dormindo.
Para sentar em tuas margens
Relembrar as imagens
Que da mente vão saindo.
Qual o meu espanto
Em ver as águas que passavam!
Chorei ao te ver
Que as lágrimas misturavam
Ao cair em teu leito.
Tudo estava desfeito!
E as lembranças voavam.
Mais não pra tão longe
Pois eu vejo ainda passar
Uma limpa correnteza
Trazendo peixes para cá.
E as ingazeiras balançando
Com frutos doces nos dando
Enquanto estava a banhar.
Nos barrancos das margens
Eu pulava de alegria
No calor daquele sol
Que esquentava aquele dia;
Ali o tempo não passava!
Quando em tuas águas nadava.
Eu vivia minha fantasia.
Parecia até um sonho.
Estava eu a nadar
Naquelas águas limpas
Que estavam a passar.
Eu vivia minha alegria
Com você naqueles dias.
Eu não queria mais acordar.
Agora vejo minhas lágrimas
Que saem limpas ao brotar
Cair em tuas águas
E com a sujeira misturar,
Vão com elas descendo
E até mesmo morrendo
Num futuro que virá.
É esse monstro devorador
Que se diz chamar progresso,
Vai trazendo para todos
Um consumismo perverso;
Destrói as tuas nascentes
Esse humano essa gente
Esse monstro dos meus versos.
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22 de março Dia Internacional da Água