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Cordel-->Ainda sou daquele tempo -- 28/03/2006 - 20:05 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda sou daquele tempo
Por Airam Ribeiro
06/02/06

Nessas singelas palavras
Que escrevo neste horário
Você entende tudo
Sem usar dicionário,
Não sou muito letrado
Mas o que sai é apurado
Pra o leitor destinatário.

Sei que sou um matuto
Não nego o meu natural,
Eu ainda vejo a lua
Do fundo do meu quintal,
Ainda peço a benção
Aos mais velhos da região
Achando isso normal.

Sei que por ai na internet
De caipira sou chamado
Mas eu não ligo pra isso
Eles não estão enganados.
A liberdade é meu tesouro
Sou caipira de ouro
Ou um matuto arretado.

São quase novecentos
Trabalhos já feitos
Só sei escrever assim
Esse é o meu defeito,
Sou caipira de coração
Que canta sua região
Achando muito perfeito.

Às vezes uma palavrinha
Que a gente chega a errar
Não modifica o assunto
Do que penso em contar,
Não sou obrigado a ser
Se é pouco o meu saber
Nesse meu soletrar.

Eu sou ainda daqueles
Que gosta de ouvir cantar,
As modas de viola boas
Que hoje tentam imitar,
Ouço Tião Carreiro
De seus fãns sou o primeiro
Que existe neste lugar.

Cá de longe ainda faço
O velho sinal da cruz
Quando longe da igreja
Onde sei que ta Jesus,
Nele ta minha alegria
De viver meu dia a dia
Pois sei que Ele é a luz.

Eu sou daqueles que choro
Quando me vem a saudade
Daqueles filhos queridos
Que me trouxe felicidade,
Que por motivo que varia
Teve que sair um dia
Deixando o ninho e a cidade.

Sou ainda daqueles
Que entra ano sai ano
Gosta de dançar os boleros
De Waldick Soriano,
Para a esposa dou flor
Ainda lhe chamo de amor
Pois ainda lhe amo.

Também sou daqueles
Que ando de mãos dadas
Quando saio com a esposa
De dia ou as madrugadas,
Meu peito é seu travesseiro
Eu sou o Airam Ribeiro
Cabra de alma retada.

Sou ainda aquele
Que oferece a cadeira
A uma pessoa cansada
Das estradas de poeira.
Sinto na gota de orvalho
A essência de um trabalho
Da garoa da cachoeira.

Sou aquele que vê
O que não queres enxergar
A beleza que esta no outro
E que tem amor para dar,
Só não aprendi dizer não
Pra o faminto de pão
Que ao meu lado está.

Sou do tempo dos bufão
E é bem de lá que eu venho
Respeito e sou respeitado
A minha palavra empenho,
Das coisas que conquistei
Só quatro filhos ganhei
São os tesouros que tenho.

Os bens que eu ganhei
Garanto não vou levar
Sou do tempo que acredita
Que aqui vim encarnar,
Para poder progredir
E também redimir
Das coisas que fui errar.

Sou do tempo que as drogas
Ainda não existiam
Pivetes e bandidos
No meu tempo ninguém viam,
A gente saia e chegava
Pois ninguém assaltava
E balas perdidas não tinham.

Sou do tempo que o bigode
Era uma grande garantia
E que ainda no comércio
Uma folha de cheque valia,
Do bigode tirava um fio
Por ser um homem de brio
Neste sertão da Bahia.

Sou do tempo que o bolero
Nos dava grande alegria,
Ainda não tinha o axé
A sujeira da Bahia,
Que foi chegando invadindo
Com a bunda remexendo
Neste tempo da anarquia.

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