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Cordel-->O FARMACÊUTICO DE CARAÚBAS -- 27/03/2006 - 14:13 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FRANCISCO MINAN SALES DE MEDEIROS
( O FARMACÊUTICO DE CARAÚBAS )

Cidade de Caraúbas
De pequeníssimo porte
Na zona oeste do Estado
Do Rio Grande do Norte
Lá da serra do Martins
Já beirando os contrafortes

Sem precisar passaporte,
Saindo de Mossoró,
O seu FRANCISCO MINAN
Já morara em Caicó
E em Jardim de Piranhas;
Até então sempre só.

Na região em redor,
Muitas criações de bois...
MINAN também teve reses,
Mas somente anos depois.
Foi morar em Caraúbas
No ano de vinte e dois.

Tinha o seu feijão com arroz,
Mesmo em fase propedêutica,
No tratamento de enfermos,
Na ciência farmacêutica.
Desenvolveu-se bem rápido
Com sua boa hermenêutica.

Na tarefa terapêutica
Começara muito cedo,
Desde os vinte e quatro anos
Sem demonstrar qualquer medo
Lá da PHARMÁCIA ROSADO,
Ficou conhecendo os segredos

O seu primeiro degredo
Por ele mesmo escolhido,
Foi no ano dezessete,
Mas já antes decidido.
Pôs Farmácia em Caicó
Era homem resolvido

Como sempre tinha sido
Sua vida até então,
Foi morar em Caraúbas
Ao comprar do capitão
Luís Guerra uma farmácia
Da qual fez seu ganha-pão.

Abraçou essa missão:
Ser o clínico da cidade
Pois ali não tinha medico,
E toda enfermidade
Era ele que curava
Mesmo de mor gravidade

Olhava a necessidade
De tanta gente a sofrer
De muitos pobres matutos
Que sequer sabiam ler
Ele aviava as receitas
E o pagamento... cadê

Eu vou dizer a você
Pois é a pura verdade:
A muitos que receitava
Lhes fazia a caridade
De também dar o remédio,
Conforme a necessidade.

Já conhecido na cidade,
Foi atender a um chamado
De seu Delmiro Fernandes
Um fazendeiro abastado
Que sofria de uma hérnia,
A qual tinha estrangulado.

Logo viu-se apresentado
Na casa do fazendeiro:
Eu sou o senhor Francisco
Minan Sales de Medeiros
Disse, antes de entrar,
Ainda estando no terreiro.

É que, pra seu desespero,
Avistou, antes de entrar,
Na janela, bela jovem ,
Que absorveu-lhe o olhar
Pensou consigo: “-Esta jovem
É com quem quero casar.”

Depois de ali receitar,
Ao seu Delmiro, afinal,
Prescreveu-lhe analgésicos
E uma funda escrotal
O tratamento correto
Naquele casos o normal

Mas o que era anormal,
Naquela ocasião,
Era o seu tremor nas pernas
Bastando ver no oitão
Da casa do seu Delmiro,
A jovem varrendo o chão.

Prestando mais atenção,
Enquanto ali conversava
Observou que a jovem
Pra ele também olhava
Com invulgar insistência
Como quem o namorava.

No seu peito acalentava,
Já sendo jovem maduro,
Casar. Ter mulher e filhos
É como via o futuro;
Trabalhava desde há muito
Pisava num chão seguro.

Com muito esmero e apuro,
Numa esperança profunda
Gravou o nome da moça
Que disseram ser Raimunda
Uma alegria intensa
O seu coração inunda.

O júbilo mais se lhe abunda
Quando já se despedia,
Da casa de seu Delmiro,
Pois a jovem lhe sorria,
Embora um sorriso tímido
Que fraternal parecia.

E logo no outro dia,
Seu Minan já retornou
Á casa de seu Delmiro,
E os remédios lhe entregou -
Analgésicos para que
Lhe aliviassem a dor.

Outro tanto se passou
Como a visita passada,
Os olhares entre os moços,
Os pais sem perceber nada
Seu Minan puxou assunto
Fez conversa demorada.

Mas a farmácia fechada
O fez despedir-se, enfim...
Prometeu que voltaria,
Não era tão longe assim;
Só demoraria um pouco
Se fizesse tempo ruim.

Em pouco tempo, por fim,
Foram visitas freqüentes
À casa de seu Delmiro,
Seu mais novo paciente.
Achava sempre um motivo
Para voltar novamente.

Já estava impaciente
Pra ter azado o momento
De falar aos pais da jovem
Lhes pedir consentimento
Pra namorar com Raimunda,
Depois propor casamento.

Havia um impedimento,
Porém, um grave problema,
Raimunda já era noiva
E ela estava num dilema
Pra desfazer o noivado
Sem urdir estratagema.

Juntou ela força extrema
E foi falar ao rapaz,
Que era Raimundo Rosendo;
Lhe disse não ser capaz
De casar-se, amando a outro,
Pois nunca teria paz.

Rosendo sofreu demais
Ao ser assim informado,
Mas entendeu as razões
Da noiva e, conformado,
Logo casou-se com outra
E esqueceu o passado.

Assim, ficou acertado
O enlace nupcial
De seu Minan e Raimunda;
Completou-se o enxoval.
Dona Júlia e seu Delmiro
Abençoaram o casal.

O casamento, afinal,
Pra vinte e sete de junho,
Foi marcado. E seu Minan
Escreveu de próprio punho
Os convites aos amigos
Para darem testemunho.

Um relato deste cunho
Me pede um final feliz.
De um total de doze filhos,
Somente um Deus não quis
Que viesse vivo ao mundo,
Ter os direitos civis.

Esta poesia eu fiz
Após ter lido “LEMBRANÇAS”
A obra do Doutor Delby,
Que, bom filho, não se cansa
De nos trazer as memórias
De seu tempo de criança.

* * * * *
J-acira, o seu presente
O-doutor Delby agradece.
A-tendi a seu pedido...
Q-ue melhor rima tivesse!
U-ma poesia assim
I-nda não é coisa pra mim,
M-as Deus querendo, acontece.


_____________________________

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS
1 MEDEIROS, Delby Fernandes de, LEMBRANÇAS, Teresina-PI: Halley S/A editora

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