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Poesias-->L OPTIMISME -- 14/05/2004 - 18:35 (Elane Tomich) |
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L OPTIMISME
Onde foi que se escondeu
no ponto abaixo do medo
acima da linha de ir
a impertinente ilusão
do impulso de seguir
que a ferrugem corroeu?
Sonhando, se assim não fosse ,
de ser como antes era,
aquarela de segredos?
Coqueluche em ciranda de tosses
o dom da multiplicação
de seios, heranças e mãos
de mães de amor sem espera.
Fico à cata, nos cantos
de restos de acalantos
contos e preces aos santos.
Debaixo do colchão de palha
ficou um palhaço rasgado
Que ainda sorri por um triz,
se a idéia não me falha
que tempo comeu o engraçado,
que era a bola do nariz.
O vento batendo à porta
súplica que transborda a dose
em taça de sedução,
num sem fim de flauta doce
som do vento que emana
no entrar da assombração,
na história da "Moura T orta"
que o medo do escuro, engana.
O Lago dos Cisnes no ar
na memória da vitrola
qu estava naquela quina
faz Tchaikowiski pairar
no tempo que se descola
de um agora duro e frio.
Encrustrado na retina,
um cristal de sentimento,
lágima que não rola
de tanta emoção em estio,
da fresta do esquecimento.
Em sapatilhas de ponta
rodopio em desvario
minha emoção às tontas.
No despido do vazio
Jogo meu último olhar
às reticências do ar
neste chão que já foi lar
e hoje é só calafrio.
Neste assoalho pisado
por chinelos amestrados
arrastando vida e morte
em vícios antepassados.
Beijos de valsas no chão
o rufar de passos fortes
um corte no coração,
um risco que isola o passado
Meu Deus como o tempo passa
no embarçado de vidraça
um só imenso verão
em chuvas de eterno inverno
o relógio carrilhão
um instante de estratégia
parou num minuto terno
eterno, de amor que fica,
emudecendo tragédias.
Numa caixinha sem corda,
musa, canção esquecida
num sonho que não acorda
em tons de resto de vida
aos cacos amor por inteiro!
do lado de lá do passado
um presente me foi dado,
ilusão em forma e cheiro
feito em lavras de amor.
pedido de não me "olvides"
na razão dos eufemismos
Um Voltaire no aparador
páginas desabitadas
irônico, aberto em Candide
sublinhado em L Otimisme
Ao lado, quem me explica,
nesta crença que me foge.
No vaso viçosa flor
tinta fresca e a rubrica,
do meu pai data de hoje
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