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Tentei, não consegui falar de amor...
Não do que permeia a humanidade,
trava embate com guerra
ou salva a arte.
Mas daquele que se exaure,
mela o peito
trepa, enrosca
e ainda chora por despeito.
Prefiro um amor definitivo!...
não no tempo,
mas na calma e no talento.
Que permita respirar,
eleve o sentimento,
e sem cobrar demais,
não se exceda no lamento.
Nada de avezinhas,
nuvens de algodão,
versos com clichês,
dissimulação,
Não!...quero um amor objetivo,
sem olhares tortos
e toque canhestro.
Afeto inteligente:
– existe isso?
Esboço num letreiro
a estranha idéia que sustento.
Inútil o cobiçar afoito das avenidas,
o mal-me-quer e o bem-me-quer
do encantamento ...
O amor, se grande for,
exige sempre um nobre intento.
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