Essa saudade que chega de repente,
Trazendo à nossa alma a inquietude,
Impõe-nos um sofrer que, amiúde,
É, de muitas dores, a semente,
Aplica a quem ama um golpe rude,
Como se minasse, lentamente,
Toda a resistência de um vivente,
A exigir de nós a grande virtude
Da mais perfeita e pura resignação,
Diante de todas as pérfidas agruras
Que, inevitável, nos reserva o destino.
Mas como, mantendo todo o tino,
Manter-se indiferente às amarguras,
Como explicar essa dor ao coração?
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