Perdi o barco, o vôo....O vento,
fiz-me de indiferente ao momento
porque não consegui te acompanhar.
Eu...Só consegui te olhar...
Olhei teu vôo emplumado,
suave e pausado.
Uma razão de ser,
uma razão de querer,
sem hora marcada,
sem destino...sem mais nada....
Apenas um pássaro liberto
voando perto da minha estrada.
Eu aqui...
Asa quebrada, aprendiz.
Não acreditei no que eu senti.
Não voei como quis.
Hoje, rabiscando em telas
troquei as asas por pinceis.
Me faço em caravelas.
Tentando levantar velas em papéis,
maquiar minhas mazelas e ao menos...
Navegar...
Já que não posso mais voar,
já que não posso mais te ver,
ainda posso sonhar,
ainda posso aprender.
Tomo um trago
me embriago da lembrança.
Fujo da realidade.
Do ter que ser...
Choro feito criança
mas hei de me mover...
»«2004»« Janeiro/26
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