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Teses_Monologos-->Cadastre Seu Currículo -- 09/11/2002 - 22:30 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A QUESTÃO DO CURRÍCULO
(Um breve resumo para os que chegaram recentemente e para os que ainda não se decidiram pelo currículo//por Domingos Oliveira Medeiros)

Tenho observado que a maioria das pessoas que se cadastraram na Usina de Letras não registraram, quando menos, um diminuto resumo que fosse de seu curriculo. Preferiram, em alguns casos, repetir o comando do cabeçalho do formulário eletrônico, mais ou menos nestes termos: “LIVROS PUBLICADOS: Livros publicados”.

Não que eu seja favorável a que todos publiquem o curriculo. Nem que seja tão curioso, a ponto de querer bisbilhotar a vida dos outros. Ou, o que seria bem mais ridículo: fazer comparações ou ilações precipitadas, acerca deste ou daquele colega. Apenas, entendo que um resumo que fosse, ajudaria no processo de interação e integração entre todos os colegas. Facilitaria a comunicação.

Pensei no assunto, e estou mais propenso a acreditar que, na média, o problema é mais de humildade. Ou então que algumas pessoas tenham receio de que o seu currículo, de tão pequeno, poderia indicar uma situação de inferioridade em relação a outros colegas mais detalhistas. Por isso, e tentando ajudar os colegas, resolvi apresentar, a título de sugestão, alguns comentários a respeito do que se entende por currículo. Eis o tratado.

INTRODUÇÃO AO CURRICULO


DEFINIÇÃO: Currículo é a síntese de dados - pessoais e profissionais - que demonstra a situação desesperada em que se encontra uma pessoa, subempregada ou desempregada, quase sempre mal remunerada e desmotivada, e que deseja, por isso mesmo, assumir novo emprego, ou participar de algum curso que lhe seja rentável, em termos de crescimento pessoal, financeiro e profissional, ainda que tudo isto lhe pareça, de imediato, pouco provável.

CARATERÍSTICAS DO CURRICULO: A única parte que se pode confiar, em relação aos registros do currículo, são os dados pessoais; mesmo assim pouco depois (ou durante) a ocasião da primeira entrevista do candidato. E isto porque, no primeiro contato, é que se faz, previamente, a conferência dos dados com a documentação original exigida para tal, pelo agente de recrutamento e seleção. Cópias autenticadas - ou mesmo os originais da documentação - como é sabido, são exigidas, do candidato, antes da sua primeira entrevista.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: A experiência profissional exigida, subdivide o currículo em quatro categorias básicas, a saber:

Currículo em Branco – para quem nunca trabalhou; Currículo em Preto ou em Vermelho - para quem trabalhou e foi demitido com anotação negativa em sua ficha profissional; Currículo em Preto e Branco - para aqueles que detêm experiência profissional; e, finalmente, Currículo Inexigível.

COMENTÁRIOS:

O Currículo Inexigível utiliza-se, apenas, no caso de indicações políticas. É a forma mais simples de currículo. Altamente desburocratizada, um verdadeiro avanço nas relações de trabalho. É mais utilizado em órgãos e empresas públicas, em todos as esferas de poder: federal, estadual e municipal. Só tem o nome do candidato, o nome do cargo que irá ocupar (sempre com mais de uma opção), e o horário de trabalho, que é, sempre, o da preferência indicada pelo candidato. Dele (do currículo) consta, também, o valor do salário, que se situa em bases sempre superiores aos dos valores praticados no mercado. Traz, ainda, o nome do político que fez a indicação, com telefones para eventuais dirimir eventuais dúvidas. Importante: O papel - o impresso - dessa modalidade de currículo, necessariamente, tem que ter o timbre do partido político a que pertence o “padrinho”.

O Currículo em Branco tem pouca aceitação no mercado. É mais utilizado para servir de rascunho. Geralmente nunca é lido. Vai direto para a lata do lixo. Geralmente, só costuma dar resultado quando o interessado consegue trocá-lo por outro do tipo “Currículo Inexigível”.

Já o Currículo Branco e Preto, o mais complexa, precisa ser mais detalhado. Algumas observações, antes do seu preenchimento, precisam ser levadas em conta. Vejamos.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: O dilema aqui é saber diferenciar: vinte anos de serviços e dois de experiência, e vinte anos de experiência e dois de serviços, pode ser considerado a mesma coisa? Claro que não. Qual seria a diferença? Explico melhor. A rigor, nem o tempo de serviço, e tampouco a experiência registrada em currículo, podem ser levadas a sério. Uma Pessoa pode, por exemplo, trabalhar na empresa A, durante dois anos, exercendo a função X e, findo aquele período, tornar-se um especialista no assunto. Enquanto outra pessoa, nesta mesma empresa, trabalhar durante vinte anos, exercendo a mesma função X e, ao final dos vinte anos, ser considerado um trabalhador de desempenho razoável, que necessita de supervisão. Portanto, não é importante o preenchimento deste item.

DATA DE NASCIMENTO: A data de nascimento, de igual modo, não tem muita importância. Se não vejamos: As pessoas que nasceram no ano de 1985 em diante, por exemplo, são pessoas que nasceram no século passado, já que estamos no ano 2002, e, por isso, o agente de recrutamento e seleção tende a considerá-las em idade avançada para o exercício das atribuições do cargo ou do emprego oferecidos. Assim, o currículo que tiver somente a data de nascimento vai direto para a lixeira, apesar de aquelas pessoas, do exemplo acima, em dezembro de 2002, por exemplo, contarem com dezesseis anos de idade, no máximo. Portanto, não é importante o preenchimento deste item.

IDADE: Este item, apesar de mais objetivo, também sugere bastantes dúvidas. Não basta, simplesmente, preenchê-lo, fazendo a contagem a partir da data do seu nascimento. O resultado deste cálculo, a bem da verdade, significa, tão-somente, obter a sua idade cronológica. Não diz respeito, por conseguinte, a outros quesitos que mais interessam ao futuro empregador, como sejam: Se a idade cronológica aferida guarda fiel sintonia com o estado geral do corpo físico do candidato. Ou seja, sua aparência visual está além ou aquém dos anos de sua existência cronológica E a sua idade mental? Seria superior à idade cronológica? Ou situar-se ia, referida idade, em patamares inferiores? Qual seria, afinal, sua idade mental? Vinte, trinta, trinta e cinco, sessenta anos, ou nenhuma das respostas (melhor dizendo, perguntas) anteriores? Este item, pelo exposto, também não há necessidade de preenchimento.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ESCOLARIDADE: Outro item que, apesar da aparente objetividade, não é bem assim. Não basta, por exemplo, preencher este item escrevendo: Curso Superior de Administração de Empresas. Não diz nada. Todos sabemos que numa sala de aula, seja de curso fundamental, médio, superior ou de pós-graduação, tem sempre aquele (a) aluno (a) que fica no final da sala, brincando o tempo todo. Na hora das provas, várias coisas podem acontecer: copiar a prova de algum colega (a chamada “cola”); assinar (só assinar) um trabalho de grupo realizado por seus colegas de turma: ganhar a simpatia dos professores; tirar, com muito esforço, notas mínimas para passar nas provas, entre outras aberrações do gênero. Por isso, outro item que não necessita de preenchimento.

PARTICIPAÇÃO EM SEMINÁRIOS, PALESTRAS, CURSOS: o mesmo raciocínio anterior poderá ser aqui aplicado, sem medo de errar. Inclusive, no que se refere ao não preenchimento dos itens.

PRETENSÕES SALARIAIS: Outro dilema. Se você pedir acima do que a empresa pretende oferecer, o currículo vai para a lata do lixo. Se pedir abaixo, também, pois é sinal de que você próprio não valoriza sua mão-de-obra. Caso você acerte com o valor que será oferecido pela empresa, a esta altura, considerando todos os motivos anteriormente arrolados, seu currículo já estará na lixeira. Lembrando, sempre, que estamos falando do currículo do tipo preto e branco e não do inexigível.

LINGUAS: Atenção, este item não é para responder se você gosta ou não de língua de boi ou de vaca, assada ou cozida. Nem pretende saber se você é do tipo que fala muito da vida alheia. Nem quer saber se você utiliza a sua língua para ajudar no fechamento de envelopes de cartas e outras correspondências, nem pretende estabelecer qualquer outra conotação de caráter sexual. O item pretende saber se você entende, escreve ou fala algum idioma estrangeiro. Se você, por acaso, responder afirmativamente, estará, provavelmente, mentindo ou perdendo seu tempo, de vez que o agente de recrutamento e seleção, no caso de este item ser importante para a empresa, jamais o aprovará em entrevista específica, posto que ele não será bobo de arriscar a perder o próprio emprego. O melhor é não preencher este item..

CONCLUSÃO: Não adianta elaborar extensos currículos, sem antes conseguir um bom apadrinhamento. A menos que se esteja participando, com inteira liberdade, de um site como o da Usina de Letras. Aqui, embora também não sejam necessários exagerar na dose das informações e conseguir apadrinhamento político, nem oito nem oitenta. Alguma coisa teríamos que registrar. Para tanto, aqui vai uma idéia:

INFORMAÇÕES DE CARÁTER QUASE OBRIGATÓRIO: nome e resumo do que considera importante para a sua vida e para as dos outros: em termos de crenças e valores pessoais, coletivos, políticos, religiosos, musicais, literários, enfim.

DE CARÁTER OPCIONAL: apelido, estado civil, a idade, a religião (ou o pensamento a respeito), e demais não constantes do obrigatório.

Precisamos retirar, vez por outra, a burka (ou a máscara) que encobre nosso rosto e nossa verdadeira personalidade. Sem preocupação em tornar público eventuais excessos de humildade e de vaidade. Só deste confronto poderemos melhorar como pessoas.


Domingos Oliveira Medeiros
09 de novembro de 2002







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