A Um Soneto *
Permita-me dizer-te, então, poeta triste
Que a mesma melodia se derrama em minha poesia
Quando arpejos me vestem com a fantasia
Que adormeceu no meu colo quando partiste
Semifusas, tua falta insinua-me entre teclas,
Rompendo em sustenidos a malícia contida
Quando em versos me observas, e possuída
Perfumo-te com o tom que nos concebe estrelas
Abraço-te no desfolhar da estrofe que me invade
Compasso em que te prendo em meu corpo, solfejo
Renascendo-te a cada oitava que acariciaste
E lendo-te na partitura em que me amaste,
Onde o olhar beijou as claves de um desejo,
É que deito as minhas notas de saudade...
Amanda Preissler
Em 08.04.2004
emverso@hotmail.com
*Estes versos foram inspirados por um poema de
Nathan de Castro Jr., Soneto Triste, publicado
no site de Fernanda Guimarães
http://www.fernandaguimaraes.com.br/poetas_amigos/natan/soneto_triste.html
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