Minina tu num mim?gana
Com teu jeitinho dengoso
De dengue num tô falano
Nem do musquito mardoso;
Tu me chama pra rimar
Mas a rima quer sartar
Pra um naco mais gostoso.
Minina tu num mim?gana
Cum teus verso de ardil
Noutras vezes fui correno
Pra versejar no buril;
Mas tu sumiste depressa
Me pregando uma peça
Qual primeiro de abril.
Minina tu num mim?gana
(No olho não tenho cisco)
No versejar tu te solta
Mas tem um modo arisco;
Deixa os homi feito louco
Exibino só um pouco
Desse teu farto petisco.
Minina tu num mim?gana
Fazeno mais um convite
Eu sou ralé, sem valor
Tu muierão da elite;
Teu chêro passa distante
Me dexando ofegante
No mais cruel apetite;
Minina, faço essa prosa
Pra móde nóis vadiar
Teu estro é conhecido
(Ninguém ousa imitar);
Sou um leitor convencido
Lílian Maial tenho lido
E nunca vou me cansar.