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Artigos-->Música+Tecnologia = ?? -- 19/06/2002 - 22:27 (Valdir Antonelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há alguns meses escrevi um artigo na SongWeb, onde discutia se alguns grupos poderiam ser classificados como bandas de rock, uma vez que não usavam guitarra, bateria nem baixo - apenas sintetizadores, dos quais conseguiam tirar os timbres desses outros instrumentos sem muito problema. Claro que esse recurso não é novo; os grupos dos anos 60 já usavam o chamado Mog, que muitas bandas, ainda hoje, consideram com um dos sons mais perfeitos. Esses grupos, que na década de 80 tinham o nome de techno, usavam o que de mais moderno existia. Hoje, aquilo que faziam passou a ser considerado datado e o que era tecnologicamente avançado, ficou totalmente defasado, bem parecido com o que acontece hoje na indústria de hardware. Não que os sintetizadores tenham evoluído muito nesses vinte anos, mas a música evoluiu.



O hype nos anos 2000 é a junção de duas músicas totalmente distintas em uma nova, o chamado bootleg. Algo assim: pegar Like a Virgin da Madonna e sobrepô-la com - digamos - Live on a Prayer do Bon Jovi. Pode parecer estranho, mas a coisa acaba dando certo. Não sei se este meu exemplo ficaria bom, mas muitos outros dão certo e são a onda do momento nas raves pelo mundo. E como se faz isso? A princípio é necessário ter uma mesa de som, onde se possa plugar os aparelhos para tocar as músicas e assim poder mixá-las. Mas isso seria coisa do passado. Com um bom micro, alguns programas e as músicas em micro, voila!, já é possível fazer esse experimento e quem sabe emplacar um novo sucesso nas pistas de dança. Prometo colocar em um próximo artigo os programas mais usados pra isso. Ou seja, não é necessário mais sabermos algo sobre música - termos talento para escrever letras ou arranjos. Basta termos um computador potente, alguns programas e um pouco de tempo. Ok, um pouco de criatividade também, afinal não são todas as músicas que, unidas, ficariam boas. Mas numa escala de 0 a 10, isso ficaria em 3.



Além disso a distribuição destas - e outras - músicas ficou tão fácil com a internet que, em menos de um dia, algo que foi colocado na rede já pode ter dado a volta ao mundo. E aí mora o perigo, de acordo com o que pensam os donos de gravadoras e alguns músicos. Alguns discos chegam à rede dias ou semanas, antes do lançamento oficial do trabalho. Oasis e o rapper(?) Eminen provaram o gosto de verem suas músicas passeando por dezenas de sites e programas de troca de arquivos bem antes dos discos chegarem às lojas. Até que ponto isso é prejudicial para o artista? Depende do ponto de vista. Conversando com alguns amigos, todos disseram que passaram a comprar mais cd´s depois que os programas como Napster e Kazaa foram lançados. Oras, nada mais justo, afinal tem-se a oportunidade de conhecer o trabalho do artista e saber se vale a pena ou não comprar o disco, evitando o risco de comprar algo e se arrepender.



Por outro lado, as gravadoras alegam que estão perdendo dinheiro com o que chamam de pirataria cibernética (dêem uma olhada no artigo O Diabo Ouve MP3). Quem está certo? Os dois e nenhum. Cada um vem coberto de razões para justificar o seu ponto de vista. Agora, a música sobreviveria sem isso? Sem os sintetizadores, sem essa onda de misturas, sem a internet? Claro que sim.



Dê uma caixinha de fósforo a um cara e, se ele tiver talento, vai tirar música daquilo. Vocês se lembram do porque do surgimento das bandas punks que tinham como lema do it yourself, ou seja, faça você mesmo? Oras, os caras ficaram com o saco cheio de ouvir músicas cheias de firulas, cheias de teclados, cheias de temas gigantescos e partiram para algo mais simples, sem tanta tecnologia e tascaram músicas de um, dois minutos, sem firulas, apenas com o trio básico: guitarra, baixo e bateria - muitas vezes totalmente desafinados, mas o que contava era a atitude. Claro que se viesse aliada a um pouco de técnica seria melhor.



E podemos ir até mais atrás. Algumas dezenas ou centenas de anos. Os grandes músicos do passado, Beethoven, Bach e outros não conhecidos, mas talentosos. A criatividade humana está muito acima de qualquer tecnologia, seja de ponta ou não. Não vai ser um novo instrumento que irá revolucionar a forma que a música é feita. Na verdade, creio que essas novas facilidades que surgem a cada dia, acabam apenas por nivelar os trabalhos, muitas vezes por baixo. A facilidade que temos hoje para criar uma melodia - mesmo sem ter o menor conhecimento de escalas musicais - é tão grande que qualquer pessoa pode chegar e falar que faz música, que é músico. Corre-se o risco de um cara com talento ter tanta preguiça para pensar em algo novo que acabe achando o máximo esses programinhas. Por outro lado, se esse mesmo cara botar seus neurônios para funcionar, irá tirar proveito do programa e criar algo sensacional.



Ok, ok, sei que acabei ficando em cima do muro, mas é assim que eu penso. Vejo a tecnologia como aliada, mas também vejo como algo que pode podar nossa criatividade. Depende de cada um querer ser um gênio, ou então, ser apenas um músico. Cabe a cada um saber dosar criatividade e tecnologia.



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